Atualizada às 22h39
A Argentina vive nesta quinta-feira (17/03) o último dia da paralisação geral de 48 horas realizada em Buenos Aires. Os manifestantes protestam contra a demissão de mais de 50 mil trabalhadores realizada nos últimos três meses pelo governo do presidente Mauricio Macri e contra as novas políticas econômicas do governo.
A convocatória foi feita pela ATE (Associação dos Trabalhadores do Estado), mas diversos sindicatos, organizações sociais e estudantis se juntaram à mobilização, que teve início ontem.
Reprodução/ Facebook Associación de los Trabajadores del Estado
Protesto pede fim das demissões e reajuste salarial
As principais exigências dos manifestantes são: a reincorporação dos funcionários despedidos, o fim das demissões, a regularização da situação dos trabalhadores por parte do Ministério da Modernização e um aumento salarial de 40%, segundo a ATE.
“Hoje estamos vivendo a continuidade das políticas que começaram a se construir e a gestar a raiz do golpe de Estado de 1976. A manifestação serve para mostrar ao Macri que o povo não quer suas políticas”, disse Manuel Bertoldi, integrante do Movimento Popular Pátria Grande, à Radio del Sur.
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No protesto, também foi exigida a retomada das negociações trabalhistas entre a população e o governo. O juíz federal de La Plata, Luis Arias, chegou até a aprovar, na terça-feira (15/03), uma medida cautelar que incentiva o governo da capital a não encerrar as negociações.
¿Por qué se convoca en Colombia un #ParoNacional? https://t.co/PVR75Gnsns #ColombiaEnParo #Paro17Marzo #YoParoPor pic.twitter.com/FqxPGfmT7B
— teleSUR TV (@teleSURtv) 17 de março de 2016
“Nós já havíamos denunciado a ilegalidade do encerramento das negociações. Em primeiro lugar, nunca se constituiu formalmente uma comissão negociadora; em segundo lugar, não se conseguiu uma representação proporcional dos distintos sindicatos por quantidade de afiliados; e, em terceiro lugar, porque [a decisão de encerrar as negociações] foi tomada por uma maioria duvidosa. Uma discussão salarial como esta só pode ser encerrada com uma maioria simples”, explicou Oscar de Isasi, da ATE, à Telesur.
Esta é a segunda manifestação da semana em Buenos Aires. Na quarta-feira (16/03), além do primeiro dia da paralisazação geral, a população foi às ruas protestar contra um projeto de pagamento dos fundos abutres. A medida chegou a ser aprovada pela Câmara dos Deputados e ainda deve passar pelo Senado, cuja maioria é kirchnerista, no dia 14 de abril.