O gabinete do primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Davið Gunnlaugsson, desmentiu, na noite de terça-feira (05/04), a renúncia do premiê.
Agência Efe
Sigmundur Davið Gunnlaugsson sofre pressões para deixar o cargo desde a divulgação dos “Panama Papers” no final de semana
Comunicado enviado à imprensa internacional informa que Gunnlaugsson está apenas “se afastando por tempo indeterminado do cargo”, que será ocupado pelo ministro da Agricultura e vice-líder do Partido Progressista, Sigurdur Ingi Johannsson. “O primeiro ministro não renunciou e continuará como líder do Partido Progressista”, diz o texto.
“Hoje [terça-feira, 05/04] o primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Davið Gunnlaugsson, sugeriu ao grupo do Partido Progressista no Parlamento que o vice-líder do Partido Progressista assuma o cargo de primeiro-ministro por um período de tempo não especificado”, afirma o comunicado.
Na manhã de terça-feira (05/04), a decisão sobre a renúncia de Gunnlaugsson havia sido anunciada na televisão por Johannsson.
NULL
NULL
O texto diz ainda que o primeiro-ministro e a esposa, Anna Sigurlaug Pálsdóttir, forneceram “respostas detalhadas” para questões acerca dos bens de Anna. Ambos foram citados nos “Panama Papers”, um conjunto de 11 milhões de documentos vazados do escritório da empresa panamenha Mossack Fonseca e que revela irregularidades fiscais bilionárias.
Gunnlaugsson enfrentava pressões para deixar o cargo desde o final de semana, quando surgiram as primeiras informações sobre os documentos.
Segundo os chamados “Papeis do Panamá”, o premiê e sua esposa, Anna Sigurlaug Pálsdóttir, compraram uma empresa em 2007 nas Ilhas Virgens Britânicas, consideradas um paraíso fiscal, dois anos antes de Gunnlaugsson assumir uma posição no Parlamento. Ao tomar posse, ele não teria declarado sua participação no negócio. O primeiro-ministro nega ter usado a empresa para evitar o pagamento de impostos na Islândia.