O Escritório Regional para América do Sul do Acnudh (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos) expressou em nota divulgada nesta sexta-feira (22/04) repúdio à “retórica de desrespeito contra os direitos humanos” dos deputados federais brasileiros durante a votação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, no domingo (17/04).
Em particular, o Acnudh condenou a conduta de Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que dedicou seu voto — favorável ao impeachment — ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, conhecido torturador da ditadura militar brasileira.
Wilson Dias/Agência Brasil
Conduta de Bolsonaro foi criticada por Escritório de Direitos Humanos da ONU
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“Repudiamos qualquer tipo de apologia às violações de direitos humanos como a tortura, que é absolutamente proibida pela Constituição brasileira e pelo direito internacional. Esses tipos de comentários são inaceitáveis, especialmente vindos de representantes das instituições brasileiras eleitos por voto popular”, disse o representante da Acnudh na América do Sul, Amerigo Incalcaterra.
Ele ainda pediu que, não apenas as autoridades políticas e jurídicas, mas toda a sociedade brasileira condenasse qualquer forma de discurso de ódio, defendendo os valores da democracia e da dignidade humana.
O posicionamento de Bolsonaro e dos parlamentares brasileiros vêm sendo criticados no cenário nacional e internacional desde a votação de domingo. A mídia estrangeira é uma das maiores críticas e chegou até a debochar do comportamento dos políticos do país.