O prefeito de Caracas e coordenador da Comissão de Verificação de Assinaturas Jorge Rodríguez afirmou nesta segunda-feira (16/05) que há assinaturas falsas entre as apresentadas pela oposição ao governo do presidente Nicolás Maduro para a convocação de um referendo que pode revogar o mandato presidencial, dispositivo previsto na Constituição. Rodríguez faz parte do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), de Maduro, que o indicou para a Comissão.
EFE
Oposição planeja retirar Nicolás Maduro da Presidência da Venezuela por meio de um referendo revogatório
Segundo Rodríguez, na lista há assinaturas de pessoas que já morreram, que não têm registro eleitoral e casos em que não constam as impressões digitais ao lado das firmas. O prefeito da capital venezuelana criticou o líder opositor Henrique Capriles.
“Eles dizem que entregaram 1,85 milhão de assinaturas que auditaram. Então, Capriles, se você as auditou, por que deixou na lista a cédula 288.168, que corresponde a um venezuelano falecido?”, disse Rodríguez em pronunciamento à imprensa.
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As assinaturas foram apresentadas há duas semanas e, segundo a oposição, somam um total de 1,85 milhão, cerca de nove vezes acima do exigido na primeira fase do processo de convocar um referendo revogatório. Caso o processo avance, a fase seguinte exige que os opositores reúnam mais quatro milhões de assinaturas.
“Hoje se inicia o processo de desmantelamento da grande fraude criada por Henrique Capriles e a MUD [Mesa da Unidade Democrática, coalizão opositora] que os levará a outro fracasso eleitoral”, afirmou Rodríguez.
A oposição não se manifestou publicamente sobre as acusações até o momento. De acordo com a Constituição venezuelana, caso ocorra um referendo a partir de janeiro de 2017 e com resultado favorável à saída de Maduro, quem assume é o atual vice-presidente, Aristóbulo Istúriz (PSUV), sem que sejam convocadas novas eleições presidenciais. Por essa razão, a oposição tem interesse em acelerar o processo.