O governo da França afirmou nesta quarta-feira (25/05) que está recorrendo a reservas estratégicas de combustíveis devido a barricadas e bloqueios em refinarias de petróleo no país. A mobilização de trabalhadores do setor contra a reforma trabalhista imposta pelo governo de François Hollande, presidente francês, afetou cinco das oito refinarias da França, que reduziram ou interromperam as operações.
A CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores da França) afirmou que a ação, que deixou 20% dos postos de gasolina franceses sem combustíveis, se estenderá nesta quinta-feira (26/05) às usinas nucleares que produzem 75% da eletricidade consumida no país. Segundo o sindicato, 16 das 19 usinas nucleares vão aderir à paralisação a partir de amanhã.
Agência Efe
Fila em posto de combustível na França; trabalhadores do setor protestam contra reforma de Hollande
O sindicato também convocou manifestações em diversas cidades, intensificando a mobilização dos últimos três meses no país contra a reforma trabalhista, que flexibiliza direitos com o objetivo, segundo o governo francês, de diminuir a taxa de desemprego no país.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, afirmou que a CGT “não faz as leis da França”. A polícia da cidade de Douchy-les-Mines, perto da fronteira com a Bélgica, desmantelou uma barricada que impedia o acesso a uma refinaria desde a última quinta-feira (19/05). A ação foi pacífica, disse Willy Dans, um dos representantes dos trabalhadores em greve à agência AFP.
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Segundo a AFP, a maioria dos postos de gasolina na região está sem combustíveis, o que tem levado a população a atravessar a fronteira e para abastecer o tanque de seus veículos na Bélgica.
Agência Efe
Posto limita abastecimento a 20 litros por pessoa na França
“Nós temos que lutar”, afirmou Dans, que acredita que a mobilização contra a reforma trabalhista tem apoio popular. Nesta quarta-feira houve também uma paralisação dos trabalhadores ferroviários contra a alteração da legislação trabalhista francesa.
Hollande afirmou em uma reunião de seu gabinete que a França tem reservas de combustíveis para até quatro meses e que “tudo será feito para garantir que a população francesa e a economia sejam atendidas”.