Organizações sociais e políticas da Espanha saíram as ruas do país neste sábado (28/05) para protestar contra o governo do país e as medidas de austeridade impostas pela UE (União Europeia).
Pa, treball, sostre, dignitat! #revolta28M #Rebelion28M pic.twitter.com/kkctAKlrvy
— CGT Ensenyament (@CGTEnsenyament) 28 de maio de 2016
Convocadas por cerca de 125 organizações políticas, sindicais e sociais agrupadas em torno da plataforma “Rebelión 28M”, as Marchas pela Dignidade ocorreram em pelo menos 20 cidades.
Em Madri, mais de mil pessoas, reunidas em diferentes marchas, se dirigiram à praça Porta do Sol com o lema “Por uma rebelião democrática dos povos da Europa. Soberania. Dignidade. Solidariedade”.
Segundo a agência France Press, o professor Yayo Herrero leu um manifesto que representa 50 coletivos presentes na manifestação. “Com a desculpa de uma crise causada pelos bancos, a UE (…) se apoderou da soberania dos países que a compõem (…) obrigando-os a executar políticas contra sua população e a favor do capital”, diz o texto.
Las Marchas de #Rebelion28M confluyen y llenan la Puerta del Sol: #28M “Tiempo de cerezas” https://t.co/nqPPlzVWIl pic.twitter.com/Sab5TLkp9G
— Agustin Moreno (@MorenoG_Agustin) 28 de maio de 2016
De acordo com os participantes, o receio é de que, independentemente do governo eleito em 26 de junho, quando haverá eleições legislativas, sejam impostas novas reformas e reduções dos serviços públicos. Um em cada cinco espanhóis vive hoje em situação de risco de pobreza (mais de 22% da população), com menos de 8.011 euros por ano.
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O índice de desemprego na Espanha registrou leve alta no primeiro trimestre deste ano, 21%, contra 20,9% no período outubro-dezembro de 2015, o que corresponde a 11.900 desempregados a mais.
Em entrevista à AFP em Madrid, a funcionária da Loteria Nacional Elena Garzón disse não sentir os efeitos do crescimento anunciado pelo chefe de governo conservador em fim de mandato, Mariano Rajoy.
“Crescimento econômico, nada. Tenho duas filhas de 26 e 28 anos, uma está desempregada e a outra precisou ir aos Estados Unidos”, declarou.
Os espanhois protestaram também contra os paraísos fiscais e acordos econômicos como o TTIP, o tratado de livre comércio entre a UE e os Estados Unidos e o Ceta (sigla em inglês para Comprehensive Economic and Trade Agreement, ou Abrangente Tratado Comercial e Econômico entre Canadá e União Europeia).
As manifestações ocorrem a um mês das eleições legislativas na Espanha. No início de maio, o rei Felipe VI dissolveu o Parlamento e convocou eleições para 26 de junho após anunciar que não iria propor um candidato à presidência do governo.
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