Atualizada às 17:34
O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, declarou nesta terça-feira (28/06) que não irá renunciar à liderança mesmo após ter perdido o voto de confiança de 81% dos parlamentares da legenda.
“Eu fui eleito líder do nosso partido democraticamente para um novo tipo de política por 60% dos membros e apoiadores trabalhistas, e não irei traí-los renunciando. O resultado do voto [de confiança] dos parlamentares não tem legitimidade constitucional”, declarou Corbyn por meio de um comunicado.
Agência Efe
Jeremy Corbyn perdeu voto de confiança de parlamentares de seu partido
“Somos um partido democrático, com uma Constituição clara. Nosso povo precisa que os membros, sindicalistas e parlamentares do Partido Trabalhista se unam sob minha liderança neste momento crítico para o nosso país”, disse ele.
We need Labour party members, trade unionists & MPs to unite behind my leadership at a critical time for our country pic.twitter.com/O3uYXR0Bhq
— Jeremy Corbyn MP (@jeremycorbyn) 28 de junho de 2016
NULL
NULL
Durante uma moção de confiança convocada por opositores a Corbyn, 172 parlamentares votaram contra o líder, enquanto 40 votaram a seu favor e 13 não votaram. Isto significa que 81% dos deputados trabalhistas dizem não ter confiança em Jeremy Corbyn.
Apesar da recusa de Corbyn em renunciar, o resultado da votação deverá levar a um desafio pela liderança do partido, que consistirá em uma disputa do cargo com outro membro trabalhista.
Para que haja um desafio, a oposição trabalhista deve coletar assinaturas de 51 deputados da legenda que atuem no Reino Unido e no Parlamento Europeu.
Alguns nomes já estão sendo cogitados para desafiarem Corbyn. Até o momento, a principal opção é Angela Eagle, que renunciou nesta segunda-feira (27/06) à Secretaria de Negócios da Oposição.
O líder trabalhista vem sofrendo forte pressão interna desde que a maioria da população do Reino Unido decidiu deixar a União Europeia, no plebiscito realizado na última quinta-feira (23/06). Alguns membros da legenda já questionavam a liderança de Corbyn e, em razão da “Brexit”, passaram a afirmar que ele falhou em unir a população e evitar a saída da região do bloco. Foi tentado, inclusive, um “golpe interno” contra ele, que falhou e acabou dando início a uma onda de renúncias.