A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, anunciaram nesta sexta-feira (16/09) um plano de trabalho que pretende ser uma mudança de rumo para a União Europeia, especialmente enfraquecida por discordâncias entre países sobre a política de recepção a refugiados e pela “Brexit”, a saída do Reino Unido do bloco.
O anúncio foi realizado em Bratislava, na Eslováquia, após a cúpula que reuniu 27 dos 28 líderes europeus – a exceção era o Reino Unido, que ainda é parte da UE, mas está se preparando para deixar o bloco.
O plano de trabalho abordará temas como segurança, migração ilegal, proteção das fronteiras exteriores, luta contra o desemprego e inovação econômica e será apresentado em março de 2017, por ocasião do 60º aniversário dos Tratados Europeus que criaram a UE.
Agência Efe
François Hollande, presidente da França, e Angela Merkel, chanceler da Alemanha, em entrevista coletiva após cúpula de Bratislava
“O espírito de Bratislava foi um espírito de cooperação. Sem a unidade europeia não vamos conseguir estes objetivos”, declarou a chefe de governo alemã.
Segundo Merkel, “Bratislava foi o ponto de partida para mais trabalho. Não para grandes declarações ou mudanças de tratados, mas para mais ações em prol dos cidadãos europeus. Queremos dar impulsos e queremos atuar juntos.”
Ao lado de Hollande, Merkel afirmou que os dois líderes estão “convencidos” que na UE são necessários “compromissos e solidariedade, e trabalhar com base nos valores comuns”. “Estamos em uma fase decisiva da União Europeia”, salientou Merkel.
Quanto à crise migratória, que causou tantas divisões entre os países europeus, a chanceler alemã exigiu “mais esforços e consensos”.
Nesse sentido, destacou que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, o principal crítico da política migratória na UE, participou “ativamente nas deliberações” de hoje.
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A chanceler alemã ressaltou também a importância de lutar contra as causas da fuga de cidadãos da África e do Oriente Médio para a Europa e reivindicou mais acordos bilaterais com terceiros países, como o polêmico tratado com a Turquia em matéria de migração. O acordo entre Ancara e Bruxelas prevê que o governo turco receba mais de 3 bilhões de euros para impedir que os refugiados que passam pelo país cheguem à UE.
Tusk: 'UE não irá permitir chegada descontrolada de refugiados'
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que um dos objetivos marcados pela na cúpula realizada nesta sexta-feira em Bratislava é “nunca mais permitir a chegada descontrolada de refugiados”.
O ex-primeiro-ministro da Polônia afirmou que a Europa deve readquirir o controle de suas fronteiras sob os princípios do espaço de livre circulação de Schengen.
“Nunca mais permitir a chegada descontrolada de refugiados e pôr o controle de nossa fronteiras de novo sob o sistema Schengen”, se referiu Tusk como uma das prioridades para o futuro próximo do bloco.
“O fato de que milhões de europeus se sentem inseguros é real. Estão preocupados pela falta de controle, há temores pela imigração, pelo terrorismo e pelo futuro econômico e social”, afirmou Tusk.
“Estamos determinados a não repetir passados erros e avançar com soluções na Europa dos 27. As coisas não vão ser como até agora”, disse o presidente do Conselho Europeu, que acrescentou que a “triste” saída do Reino Unido abriu um debate franco sobre as raízes da atual situação política do bloco comunitário.
*Com Agência Efe