A OMS (Organização Mundial da Saúde) considerou nesta terça-feira (6/12) os efeitos da mudança climática como “alerta de saúde pública” e reivindicou ações contra o aquecimento global, que, segundo a instituição, provoca 13 milhões de mortes por ano em todo o mundo.
“Queremos que essas ações façam parte das negociações de Durban”, disse a diretora de Saúde Pública e Meio ambiente da OMS, a espanhola María Neira, em entrevista coletiva em Durban, na África do Sul, sede da Cúpula da ONU contra a Mudança Climática (COP17).
“Ao todo, 25% da mortalidade e morbidade (taxa de portadores de determinada doença em relação à população total estudada) mundial poderiam ser evitadas com investimentos ambientais que introduzissem o conceito de saúde. Esses 25% significam 13 milhões de mortes por ano”, alertou a médica.
A OMS enviou uma delegação a Durban para pressionar os Governos a incluírem as questões de saúde em suas políticas contra a mudança climática. A diretora alertou sobre o aumento das doenças infecciosas, como a malária e a dengue, devido ao aumento de temperatura. Maria acrescentou que “O aquecimento global não é uma questão que atinge apenas as geleiras, mas também a nossa saúde. A poluição do ar causa 3 milhões de mortes e a mudança climática afeta também o acesso de água potável, com o aumento de doenças como diarreia e cólera”.
O Ministério do Meio Ambiente da África do Sul, país anfitrião da COP17, calcula que em 2050 aumentará em seu território o número de casos de malária devido ao aquecimento global. Cerca de 7,8 milhões as pessoas serão expostas ao parasita, das quais 5,2 milhões vivem fora das atuais zonas de risco.
“Se não agirmos agora, estaremos assinando a certidão de óbito da humanidade em 2020”, afirmou o médico Hugh Montgomery, do Conselho de Saúde e Clima do Reino Unido, que também participou da entrevista coletiva. O professor Andy Haines, da Escola de Medicina Tropical de Londres, lembrou que “as emissões de gases do efeito estufa aumentaram 49% desde 1990”.
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