A ministra de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, declarou nesta sexta-feira (02/12) que a Venezuela não reconhece a suspensão do Mercosul e “seguirá exercendo a presidência legítima e participará com direito a voz e voto em todas as reuniões como Estado Parte”. Nesta quinta-feira (01/02), o bloco suspendeu a participação do país alegando que Caracas não cumpriu o prazo para se adaptar a estatutos internos.
Venezuela seguirá ejerciendo la presidencia legítima y participará con derecho a voz y voto en todas las reuniones como Estado Parte
— Delcy Rodríguez (@DrodriguezVen) 2 de dezembro de 2016
Venezuela no reconoce este acto írrito sustentado en la Ley de la Selva de unos funcionarios que están destruyendo el MERCOSUR.
— Delcy Rodríguez (@DrodriguezVen) 2 de dezembro de 2016
“A Venezuela não reconhece este ato inválido sustentado na lei da selva de funcionários que estão destruído o Mercosul”, afirmou Rodríguez no Twitter.
Em setembro, os quatro membros fundadores – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – decidiram que a Venezuela não assumiria a Presidência rotativa do Mercosul por ter, segundo eles, descumprido compromissos assumidos no Protocolo de Adesão ao bloco, assinado em Caracas em 2006. A declaração pedia que a Venezuela incorporasse cerca de 300 normas para cumprir com suas obrigações como membro pleno e previa que o país seria suspenso do bloco em 1º de dezembro caso não o fizesse – decisão da qual o Uruguai se absteve.
Ricardo Herdenez / AVN
Chanceler venezuelana Delcy Rodríguez disse que Venezuela “não reconhece” suspensão do Mercosul
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Com o vencimento do prazo, os quatro países fundadores do Mercosul teriam enviado um comunicado à Venezuela informando a suspensão dos direitos ao bloco, mas a chanceler venezuelana negou qualquer tipo de notificação.
Ciertos medios han dado a conocer falsa notificación d suspensión d Venezuela enel MERCOSUR.Esa notificación no existe #VenezuelaEsMercosur
— Delcy Rodríguez (@DrodriguezVen) 2 de dezembro de 2016
“Certos meios divulgaram a falsa notificação de suspensão da Venezuela no Mercosul. Essa notificação não existe”, escreveu.
Delcy Rodríguez pediu que os povos do Mercosul não permitam que seus mecanismos de integração sejam “arrebatados, sequestrados por burocratas intolerantes”.
Llamamos a los pueblos de MERCOSUR a no dejarse arrebatar sus mecanismos de integración, secuestrados x burócratas intolerantes!
— Delcy Rodríguez (@DrodriguezVen) 2 de dezembro de 2016
Segundo o ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, a Venezuela notificou que não poderia incorporar 112 resoluções do Mercosul, visto que estas interferem com a sua legislação interna. O governo do presidente Nicolás Maduro, no entanto, emitiu um comunicado na quarta-feira (30/11), afirmando que “uma vez finalizadas as revisões técnicas por parte das respectivas instituições governamentais, a República Bolivariana da Venezuela se encontra em condições de aderir ao Acordo de Complementação Econômica número 18”.
Com a suspensão da Venezuela do bloco, o país fica na mesma situação que a Bolívia, que participa com direito a voz, mas sem voto.