Um estudo feito na Bolívia indica que 66% dos bolivianos considera que as práticas racistas no dia a dia se acentuaram nos últimos anos, ainda que a maioria dos entrevistados tenha dito que não pratica atos racistas – 83% se descreve como “nada racista”. A avaliação foi realizada pela empresa Ipsos Apoio Opinião e Mercado entre 2.188 pessoas e divulgada no final de semana pelo diário La Razón.
As pessoas questionadas atribuem o aumento do racismo ao “crescimento do ódio” entre cidadãos do leste e do oeste do país (11%), à “distinção do governo entre leste e oeste” (10%) ou à “gente rica, que se crê superior à pobre” (5%).
A Defensora do Povo Rielma Mencias explicou que a alta porcentagem se deve ao fato que há pouco tempo os grupos indígenas, campesinos e de gays e lésbicas não estavam visíveis. Agora, segundo Mencias, estes setores têm maior presença pública e isso, de acordo com ela, gera rejeição de outros grupos.
Mencias afirmou também que “com [o presidente boliviano] Evo Morales foi tornado mais evidente o que estava mais subjacente na sociedade boliviana”. Inclusive, agora as atitudes racistas se associam à filiação política.
Mulheres
As mais discriminadas são as mulheres indígenas e pobres, segundo afirma a pesquisa. De acordo com Mencias, em geral, as práticas racistas estão associadas à origem étnica, à condição econômica e ao sexo, por isso as mais discriminadas são as mulheres pobres e indígenas.
A Defensora disse que embora haja atos discriminatórios dos indígenas contra os brancos, estes são menos frequentes.
Frente ao crescente número de casos de racismo e discriminação, três comissões do Congresso concluíram um projeto de lei de prevenção e eliminação de toda forma de discriminação. Se a lei for aprovada, se sancionará com três a seis anos de prisão quem ofender ou maltratar outra pessoa por motivos discriminatórios.
Veja a pesquisa abaixo:
NULL
NULL
NULL