Numa clara exibição de poderio militar, a China celebrou hoje 60 anos da Revolução Comunista Chinesa e fundação da República Popular da China. Na capital, Pequim, a Praça da Paz Celestial (Tiananmen) foi o palco do maior desfile militar da história do país. Os mais modernos mísseis, tanques, caças do Exército de Libertação Popular da China cortaram a avenida Chang An. Mais de 8 mil soldados de 32 diferentes etnias do país participaram das comemorações.
Fotos: EFE
Do mesmo lugar onde Mao Tse-Tung há 60 anos proclamava a fundação da República Popular da China, Hu Jintao, atual presidente, fez questão de ressaltar o êxito da história recente do país, o socialismo e a abertura econômica que acabaram levando a China a ser a terceira maior economia do mundo e ter status de superpotência mundial.
“O desenvolvimento e progresso da nova China nos últimos 60 anos demonstram plenamente que somente o socialismo pode salvar a China e somente a reforma e abertura podem garantir o desenvolvimento do país”, disse Hu, na presença da cúpula do Partido Comunista.
O líder conclamou os chineses a se unirem na construção de um país “rico, forte, democrático, civilizado, harmonioso e com um modelo socialista moderno”.
“Marcha única”
Além do desfile militar, uma parada com 35 diferentes temas trouxe todas as etnias chinesas e até os estrangeiros para as comemorações.
Uma multidão abriu os desfiles formando um mosaico de cores com os ideogramas chineses “tuan jie fenjin” ou “marcha única”. Na sequência, exaltações à história e conquistas da China. O show trouxe para a avenida bailes tradicionais, kung fu, diferenças étnicas e culturais e até o desenvolvimento econômico.
As cinco regiões autônomas, que incluem o Tibete e Xinjiang, palcos de conflitos separatistas nos últimos anos, desfilaram com danças típicas e músicas regionais. Hong Kong, Macau e Taiwan também foram lembrados. Houve protestos em Hong Kong (foto abaixo) e Taiwan pelos direitos humanos.
Em discurso, Hu Jintao ressaltou ainda mais uma vez a importância da unidade: “Vamos inabalavelmente defender os princípios da ‘reunificação pacífica’ e ‘um país dois sistemas’ para manter a estabilidade e prosperidade a longo prazo em Hong Kong e Macau e, ainda impulsionar o desenvolvimento pacífico das relações com o estreito de Taiwan.”
Com bandeiras nas mãos e camisetas que diziam: “Eu amo a China”, 181 estrangeiros de 53 diferentes países trouxeram para avenida o tema “Um Mundo”.
Para terminar, cerca de 5 mil crianças com balões coloridos nas mãos formaram um quadrado com os dizeres: “O amanhã será melhor”.
“Dia nacional”
Milhares de pessoas em todo o país pararam para acompanhar a exibição da parada militar pela televisão. As dezenas de canais estatais exibiram documentários especiais sobre heróis da Revolução, entrevistas com políticos e cidadãos modelos.
Sem perder um segundo da festa, mesmo há milhares de quilômetros de Pequim, a dona-de-casa Li Mei de 75 anos, acompanhou emocionada as palavras do atual presidente chinês, Hu Jintao. Li nasceu em um país dividido, cresceu em meio à pobreza, foi testemunha das mudanças econômicas e hoje comemora o sucesso profissional dos filhos, que foram beneficiados com o crescimento elevado do país.
“Fico feliz de estar viva e ter a chance de presenciar esse momento. Para quem viveu na China que eu vivi, o dia de hoje representa grandes conquistas”, disse ao Opera Mundi.
No interior do país, bandeiras da China foram espalhadas por avenidas principais de grandes e pequenas cidades e faixas lembravam o aniversário do Comunismo.
Em Xangai, centro financeiro do país, um concerto comemorativo e um show de fogos de artifício no maior parque da cidade marcaram a noite de ontem (30). Hoje, uma multidão de chineses aproveitou o feriado para sair às compras.
Segurança
Em Pequim, medidas rígidas de segurança foram adotadas para garantir uma celebração sem imprevistos. Os moradores da capital foram incentivados a permanecer em casa e acompanhar as celebrações pela televisão. Mesmo quem mora perto ou estava hospedado na avenida Chang An, palco das comemorações, foi advertido a não sair nem mesmo na janela. Durante os eventos desta manhã, o metrô ficou fechado e os vôos para a capital chinesa foram cancelados.
Sites como Youtube e Facebook continuam sem poder ser acessados no país.
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