O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mostrou nesta quinta-feira (24/6) seu apoio à entrada da Rússia na OMC (Organização Mundial do Comércio), a última grande potência ausente da instituição.
Em entrevista coletiva conjunta com o presidente russo, Dmitri Medvedev, com quem se reuniu por mais de uma hora, Obama afirmou que acelerará as conversas para a integração desse país na organização internacional e agradeceu Medvedev pelo fim de uma disputa comercial para exportar frango dos EUA à Rússia.
“O ingresso seria bom para a Rússia, bom para os EUA e bom para a economia mundial”, disse o predidente norte-americano.
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A Rússia é a última grande potência econômica que ainda não é integrada à OMC. As conversas para isso começaram em 1993, mas estacionaram por causa da rejeição dos EUA à intervenção da Rússia na Geórgia em agosto de 2008.
Neste sentido, os dois presidentes reconheceram diferenças em áreas como a Geórgia, mas ressaltaram a excelência dos laços bilaterais após o período de esfriamento durante o mandato do presidente George W. Bush (2001-2009), e ambos falaram em um “novo começo” na relação.
Assim, Obama pôs como exemplo o acordo entre os países em relação a ajuda humanitária para a república ex-soviética do Quirguistão. Pelo menos 2 mil pessoas morreram e cerca de 400 mil ficaram sem casa devido à violência surgida após a queda do presidente em abril. A Rússia, por sua vez, rejeitou a chamada do governo provisório no Quirguistão para enviar tropas.
Além disso, Obama também anunciou um acordo com a Rússia para a venda de 50 aviões Boeing 737 a uma empresa russa, no valor de 4 milhões de dólares, o que segundo o presidente norte-americano, permitirá criar 44 mil novos empregos no setor aeronáutico dos EUA.
Os dois líderes destacaram também o acordo para ampliar a colaboração em questões de inteligência e a luta contra o terrorismo.Por sua parte, Medvedev disse que os dois líderes abordaram durante sua conversa assuntos como os programas nucleares do Irã e Coreia do Norte e a crise no Oriente Médio.
Durante um almoço em uma lanchonete, Obama se permitiu uma piada, ao lembrar que Medvedev, que nos últimos dois dias visitou empresas de tecnologia na Califórnia, abriu uma conta no Twitter. Obama apontou que agora poderão se comunicar por meio dessa rede social.
Na entrevista coletiva, o presidente norte-americano considerou “positiva” a decisão da China de relaxar a oscilação de sua divisa, mas precisou que será necessário esperar e ver se a alteração será suficiente.
Além disso, mencionou o substituto que anunciou na quarta-feira (23/6) à frente das tropas no Afeganistão. O general David Petraeus substituirá Stanley McChrystal, que renunciou. O presidente americano assegurou que a mudança “é de pessoal, não de política”.
Após sua entrevista coletiva, os presidentes, acompanhados de seguranças, atravessaram caminhando a praça em frente à Casa Branca e se dirigiram à Câmara de Comércio dos EUA, onde se reuniram com empresários russos e americanos.
O encontro entre os presidentes acontece um dia antes de começar no Canadá a cúpula do G8 (grupo que reúne os países mais ricos e a Rússia) e o G20 (de países mais ricos e principais emergentes), que agrupará as principais economias mundiais.
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