A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, negou as acusações do prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, contra o marido dela, o ex-presidente Néstor Kirchner, sobre o envolvimento deste no caso de abuso do poder contra o primeiro.
Para Cristina, que até então ainda não havia se envolvido na polêmica, a afirmação de Macri de que Néstor teria orquestrado uma manobra que culminou no processo contra o prefeito é “ridícula” e os envolvidos devem “assumir suas responsabilidades”.
O escândalo (batizado de Macrigate na Argentina) teve início em outubro, quando o advogado Sergio Burstein, que defendia uma das vítimas do atentado de 1994 contra a associação judia Amia, revelou práticas de grampos ilegais feitos pelo ex-chefe de polícia da capital, Jorge Palacios, ligado a Macri.
Desde então, o processo vem ganhando força. Na última segunda-feira (19/7), a Justiça negou o recurso pedido pela defesa de Macri e ratificou que o prefeito será indiciado por “violação de arquivos secretos, abuso de autoridade e falsificação de documentos públicos”.
Porém, apesar da decisão judicial, na terça-feira (20/7), Macri voltou a atacar Néstor Kirchner e apontá-lo como responsável pela situação que enfrenta, de acordo com o jornal argentino Clarín.
Mandato em risco
Para ele, o objetivo do ex-presidente é “manchar sua imagem” e desta forma “prejudicar sua candidatura presidencial para as eleições”, já que até agora Macri vinha sendo citado como o nome mais forte da oposição para enfrentar Kirchner no confronto presidencial.
De acordo com o jornal La Prensa, analistas políticos acreditam que o processo contra Macri pode atrapalhar não apenas suas esperanças de concorrer à presidência da Argentina no próximo ano mas também colocar em perigo o atual mandato como prefeito da capital.
Ontem, uma votação na câmara de deputados argentina decidiu criar uma comissão para formular novas propostas sobre como conduzir o caso do prefeito portenho, já que as anteriores (que incluíam afastá-lo do cargo) não tiveram quórum suficiente para serem aprovadas.
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