Os colonos judeus reiniciaram nesta segunda-feira (27/9) a construção no território palestino ocupado da Cisjordânia. O prazo de paralisação imposta por Israel há dez meses se encerrou à meia-noite.
No assentamento de Ariel, um dos mais polêmicos por estar muito adentrado no território palestino, as escavadeiras começaram pela manhã a trabalhar alisando a terra onde serão colocados os alicerces para um novo bairro com meia centena de casas, informou o serviço de notícias israelense Ynet.
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As novas casas serão destinadas a famílias de colonos que foram retirados em 2005 do assentamento de Netzarim, na Faixa de Gaza.
“Estamos aqui por direito”, declarou Itzik Vazana, antigo morador de Netzarim, que acrescentou que, desde a evacuação das colônias de Gaza, viveram em treileres.
“Espero que o primeiro-ministro [Benjamin Netanyahu] continue sendo fiel a sua palavra e facilite nosso retorno a uma vida normal”, acrescentou.
Em vários assentamentos foram realizadas ontem cerimônias para marcar o fim da moratória e dar as boas-vindas ao reinício das obras.
O governo israelense não fez declarações nas últimas horas, em cumprimento do pedido de Netanyahu de evitar provocações e atuar com “contenção”.
De acordo com o serviço de notícias Ynet, Netanyahu instruiu seus ministros a não concederem declarações, além de pedir que o fim da moratória não suscitasse grandes atos de celebração, já que a medida não encontra o respaldo da comunidade internacional.
O pedido não impediu, no entanto, que milhares de colonos se juntassem desde o início da tarde na colônia de Revava para festejar o fim da norma, esperado por muitos em tratores e betoneiras.
Negociações
A retomada da construção dos assentamentos preocupa os mediadores da negociação entre a ANP e Israel, iniciadas em Washington sob mediação da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, há um mês.
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Os palestinos ameaçaram em várias ocasiões saírem da mesa de diálogo
caso o governo de Netanyahu retomasse a edificação nos assentamentos. Os Estados Unidos, a União Europeia e o Quarteto de Paz (formado por EUA, UE, ONU e Rússia) pediram diversas vezes que Israel ampliasse o período de paralisação.
O congelamento das expansões dos assentamentos não é o único obstáculo
para os negociadores. Os dois lados discordam sobre o que discutir
primeiro: Netanyahu quer falar sobre a segurança de Israel, Abbas quer
definir as fronteiras de um futuro Estado palestino.
No domingo, Hillary Clinton ligou para Netanyahu, em uma nova tentativa para que não fracassem as conversas de paz com os palestinos, e anunciou uma nova reunião nos próximos dias.
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