“Corpoelec (empresa de luz venezuelana) avisa sobre falhas no domingo (07/10) / Diosdado Cabello (presidente da Assembleia Nacional) confessa em privado: Capriles vai nos derrotar / Alerta em Miraflores pela queda do presidente (nas pesquisas)”. Essa é uma das dezenas de mensagens de texto que venezuelanos vêm recebendo desde o início da campanha eleitoral no país. Além de “alertas”, mensagens de texto no celular e até mesmo chamadas telefônicas se tornaram frequentes como forma de pedir votos para os candidatos presidenciais Henrique Capriles e Hugo Chávez.
Leia especial do Opera Mundi sobre a Era Chávez
Opera Mundi/Reprodução
“Eu também recebi uma ligação às três horas da manhã em que me pediam para votar em Chávez. Claro que se trata de gente da oposição, para que as pessoas fiquem irritadas com um telefonema nesse horário e deixem de votar no presidente”, afirmou uma apoiadora de Chávez durante comício realizado nesta quinta-feira (04/10) em Caracas.
Cabello disse na terça-feira (02/10) que a campanha chavista não faz essas ligações. “Existe uma série de chamadas feitas de madrugada pelos telefones da Cantv (estatal telefônica). Quem está fazendo? A direita, somente para que as pessoas fiquem aborrecidas”, acusou.
A estudante de Geologia da UCV (Universidade Central da Venezuela) Ileana Osório diz que recebeu um telefonema que, em princípio, parecia uma pesquisa de intenção de voto comum. “Primeiro, me perguntaram se eu estava inscrita no CNE (órgão eleitoral), depois por quem votaria e se tinha certeza disso. Outra pergunta foi sobre a impressão que tenho, apesar do meu voto, de quem iria ganhar. Claro que disse estar 100% certa da vitória de Chávez.”
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Em seguida, conta, a pesquisadora citou uma matéria do The Guardian que dizia que Chávez estava rodeado de funcionários incompetentes. “Depois perguntou se eu sabia que Caracas era a cidade mais perigosa do mundo e se eu tinha conhecimento de que o governo venezuelano havia doado sete bilhões de dólares a outros países. Fiquei indignada”, descreveu.
Oposição
Essa suposta “guerra de informação” também é denunciada por apoiadores da oposição. “Tudo que tem a ver com a guerra suja vem da campanha oficialista. Eles que apresentaram um plano de governo falso, gravações clandestinas falsas e agora vêm nos acusar”, afirmou ao Opera Mundi o coordenador da campanha de Capriles em Caracas, Carlos Vecchio.
Para ele, a suspeita recai sobre pessoas da própria campanha chavista, já que têm acesso aos dados do governo. Vecchio também negou que a campanha de Capriles esteja por trás de qualquer pesquisa de opinião por telefone.