O Aeroporto de Helsinque, capital da Finlândia, deu início nesta quarta-feira (23/09) a um novo projeto para detectar possíveis infectados pela covid-19: o uso de cães farejadores.
Os animais foram treinados pela agência finlandesa Wise Nose, que é especializada em detecção de cheiros. A proposta, que ainda está em fase piloto, pode se tonar uma medida rápida de testagem, já que todo o processo dura cerca de um minuto.
Após o desembarque, profissionais da saúde passam um lenço na pele do passageiro, a fim de coletar o suor. O material é colocado próximo ao cão farejador, que fica separado por uma parede. O animal, então, tem 10 segundos para examinar a amostra e, em caso de teste positivo para covid-19, o viajante é encaminhado para a unidade hospitalar do aeroporto, podendo realizar outro teste.
Segundo a administração do aeroporto, a participação dos viajantes nesse tipo de teste ainda é realizada de forma voluntária e sem a necessidade de contato com os cães.
O projeto está treinando 16 cães, dos quais quatro já iniciaram seu trabalho nesta quarta. Foram estabelecidos turnos para que os animais possam descansar e não prejudicar a eficácia dos testes.
Reprodução/Helsinki Airport
Cães podem detectar a presença do vírus em apenas 10 segundos
Para a pesquisadora Anna Hielm-Björkman, da Universidade de Helsinque, que está coletando os dados do projeto, os cães podem ser mais eficazes na descoberta da covid-19 do que os exames molecular e de anticorpos. Segundo a especialista, os farejadores são capazes de reconhecer pessoas assintomáticas, conseguindo detectar o vírus antes do aparecimento de sintomas.
Ao jornal New York Times, Hielm-Björkman disse que os cães conseguem saber quando pessoas estão com outros tipos de doença, então treiná-los para reconhecer o novo coronavírus “se tornou uma escolha óbvia”.
“Nós sabemos como os cães detectam, pelo cheiro, mas não temos ideia do que eles detectam ainda. Se descobrirmos isso, podemos treinar milhares de cães em todo o mundo”, disse.
Pesquisadores da Finlândia acreditam que, caso o projeto dê resultados positivos, os cães podem ser usados em casas de repouso para idosos e hospitais. Vale ressaltar que não há evidências de que os cachorros possam ser infectados ou que possam transmitir o novo coronavírus.