O governo da premiê italiana Giorgia Meloni autorizou nesta terça-feira (02/05) o navio humanitário Geo Barents, operado pela ONG Médicos Sem Fronteiras, a atracar em seu território, no entanto, no Porto de La Spezia, a 1,2 mil quilômetros de distância do local que a embarcação está.
Com 336 migrantes a bordo, resgatados de dois barcos clandestinos na costa da Líbia, no Mar Mediterrâneo Central, o barco levará três dias de navegação para chegar até La Spezia, noroeste do país .
❗️ The illegitimate practice of distant ports continues… #Italian authorities have assigned us #LaSpezia as a place of safety to disembark the 336 survivors currently aboard #GeoBarents. pic.twitter.com/dzbufe7JXA
— MSF Sea (@MSF_Sea) May 2, 2023
“Isso só vai aumentar os inúteis sofrimentos para essas pessoas, que teriam o direito de desembarcar o quanto antes no porto mais. próximo”, declarou Fulvia Conte, coordenadora de resgates no Geo Barents.
Também nesta terça, o navio Ocean Viking, da ONG SOS Méditerranée, atracou em Civitavecchia com 168 migrantes e refugiados da Síria e do Egito, após 940 quilômetros de navegação.
Twitter/MSF Sea
Geo Barents resgatou 336 pessoas de dois barcos clandestinos na costa da Líbia
“A designação de um porto distante é um peso adicional sobre as já frágeis condições dos náufragos e esvazia o Mediterrâneo de meios de socorro”, declarou a entidade.
“Medidas duras”
O alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu na última sexta-feira (14/04) que o governo da Itália “abandone as medidas duras” contra os esforços por ajudar aos migrantes que tentam chegar ao país pelo Mar Mediterrâneo.
A declaração se refere ao decreto anunciado pelo governo de Giorgia Meloni que estabelece um Estado de emergência sobre a questão migratória no país. A nova política facilita a expulsão de migrantes por parte das autoridades italianas e também permite controlar o trabalho das ONGs humanitárias que prestam assistência a essas pessoas.
(*) Com Ansa