O Comitê Organizador da 1º Conferência Internacional Antifascista divulgou nesta segunda-feira (06/05) uma nota informando o adiamento do evento, que deveria acontecer nos próximos dias 17, 18 e 19 de maio, na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, devido às enchentes que atingem o estado.
A catástrofe climática extrema, que já produziu quase uma centena de mortes, milhares de desabrigados e destruição da infraestrutura da região, como rodovias bloqueadas e aeroportos alagados. Diante disso, o comitê – liderado pela deputada federal Laura Sito e o vereador Roberto Robaina – declarou que não há “condições de manter a Conferência Internacional Antifascista na data proposta”.
“Lamentamos muito ter que tomar tal decisão, pois tínhamos disposição de manter o evento se as condições permitissem, apesar do momento de luto, de dor e sofrimento. Manter a Conferência seria um gesto necessário para mostrar a solidariedade internacional com o Rio Grande do Sul e seu povo neste momento. Sabemos que muitos estavam programados nesse sentido, mas não será possível realizar o evento a data marcada”, declarou a nota.
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Enchentes no Rio Grande do Sul mobilizaram governo estadual e federal
Como “primeira iniciativa dentro de uma sequência de organizações coletivas e internacionais” para combater a extrema direita, os organizadores ainda pretendem realizar o evento, ressaltando que desastres como esse no Rio Grande do Sul são “efeitos de uma crise climática global, produzida e agravada pelo negacionismo da extrema direita” e pelo capitalismo.
O coletivo ainda declarou que hotéis e voos de participantes da conferência devem ser remarcados sem custos, junto às empresas responsáveis pelas reservas.
Por fim, o Comitê Organizador da 1º Conferência Internacional Antifascista informou que está empreendendo esforços para auxiliar as vítimas das cheias, além de “atuar em todas as frentes de solidariedade”.
Leia a nota na íntegra:
Nota do Comitê Organizador da I Conferência Internacional Antifascista
Estivemos, nas últimas semanas, preparando uma forte Conferência Internacional Antifascista e contra a extrema direita na cidade de Porto Alegre. Programamos o evento para os dias 17, 18 e 19 de maio, para que fosse a primeira iniciativa dentro de uma sequência de organizações coletivas e internacionais para levar adiante esse combate.
Infelizmente, o estado do Rio Grande do Sul e a sua capital, Porto Alegre, estão sendo atingidos por uma catástrofe climática extrema, que já produziu quase uma centena de mortes, milhares de desabrigados e a destruição da infraestrutura. Há mais de 100 rodovias bloqueadas, muitas pessoas ainda necessitando de resgate, com suas vidas em risco. O aeroporto internacional de Porto Alegre, totalmente alagado, está fechado até o dia 30 de maio. E o Centro Histórico da capital, assim como muitos outros bairros, está embaixo d’água.
Nesta situação de calamidade, não temos condições de manter a Conferência Internacional Antifascista na data proposta. Lamentamos muito ter que tomar tal decisão, pois tínhamos disposição de manter o evento se as condições permitissem, apesar do momento de luto, de dor e sofrimento. Manter a Conferência seria um gesto necessário para mostrar a solidariedade internacional com o Rio Grande do Sul e seu povo neste momento. Sabemos que muitos estavam programados nesse sentido, mas não será possível realizar o evento na data marcada.
De toda forma, nosso propósito é retomar sua realização. A necessidade da Conferência é ainda mais premente, pois sabemos que o Rio Grande do Sul está sofrendo os efeitos de uma crise climática que é global, e que é produzida e agravada pelo negacionismo da extrema direita e pela sanha por lucro a qualquer custo – inclusive ao custo da vida no planeta – dos grandes capitalistas.
Em um próximo comunicado, apresentaremos as propostas para que não se perca a acumulação que conseguimos até aqui. Neste momento, todos os nossos esforços estão sendo empregados para auxiliar a salvar vidas dos milhares que ainda necessitam de resgate, além de estarmos atuando em todas as frentes de solidariedade.
Diante do fechamento do aeroporto e da catástrofe climática, lembramos a todos que voos e reservas em hotéis devem ser remarcados sem custos junto às companhias aéreas e à rede hoteleira. Essa situação nos preocupa enormemente, pois sabemos dos esforços financeiros feitos por muitos companheiros para garantir suas vindas.
Porto Alegre, 06 de maio de 2024
Laura Sito e Roberto Robaina