Atualizado em 04/03 às 11h30
O ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden venceu em pelo menos nove dos 14 estados em disputa nas primárias democratas conhecidas como Superterça, disputada, como o nome indica, nesta terça-feira (03/03).
Com esses resultados, a disputa pela candidatura democrata à presidência dos EUA fica focada entre Biden e o senador Bernie Sanders, que mostrou força nos dois locais com o maior número de delegados em disputa – Califórnia e Texas – além de sair vitorioso em Colorado, Vermont e Utah.
Apesar de um bom desempenho, Sanders acabou perdendo no Texas, onde Biden recebeu 33% dos votos e soma 56 delegados até o momento. Entretanto, Sanders lidera a disputa na Califórnia, o estado com maior número de delegados em jogo nesta Superterça (415).
Dos 14 estados que foram às urnas nas primárias democratas desta terça-feira, apenas Califórnia e Maine ainda não conhecem os ganhadores.
Mike Bloomberg, o ex-prefeito de Nova York que investiu quase meio bilhão de dólares em propaganda, venceu somente na Samoa Americana, e Elizabeth Warren perdeu em Massachusetts, estado pelo qual é senadora.
Foram às urnas Vermont, Virginia, Carolina do Norte, Alabama, Arkansas, Maine, Massachusetts, Oklahoma, Tennessee, Texas, Colorado, Minnesota, Utah e Califórnia, além da Samoa Americana. Veja, no mapa, os vencedores em cada um dos locais:
A apuração na Califórnia ainda pode levar dias até ser totalmente concluída e permitir que se saiba quantos delegados exatamente cada candidato levou.
Até o momento, Biden lidera a disputa em número de delegados com 432. Por sua vez, o senador Bernie Sanders aparece em segundo com 371; Warren tem 49; Bloomberg, 43. Veja, no gráfico, a divisão atual de delegados:
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Biden e Sanders saem com vantagem da Superterça
Repercussão
Sanders falou a seus apoiadores em Vermont, onde acompanhou a apuração. Ele disse que “não pode se vencer [Donald] Trump com a política de sempre. “Quando entramos nesta disputa, disseram que seria impossível. Mas tenho absoluta confiança: vamos ganhar a nomeação democrata e vamos derrotar o presidente mais perigoso da história deste país”, afirmou.
Sem citar Biden, o senador marcou as diferenças entre eles. “Um candidato [Biden] votou a favor da guerra do Iraque. O outro, contra. Um passou a vida lutando contra cortes sociais. O outro ficava no Senado defendendo os cortes”, disse. “Vamos ganhar porque as pessoas entendem que nossa campanha, nosso movimento é o que está melhor posicionado para vencer Trump”.
Já Biden disse que, com os resultados que vêm acumulando desde as primárias da Carolina do Sul, quando ganhou por ampla margem, mostram que sua campanha está “viva”. “Poucos dias atrás, a imprensa disse que a nossa campanha estava morta. Veja onde estamos agora. Estamos muito vivos! Essa campanha vai levar Donald Trump a fazer as malas!”, disse, em Los Angeles.
E, sem citar Sanders, disse que “alguns falam em revolução”, mas que foi sua campanha que “aumentou a presença nas urnas” nos Estados da Superterça. Um dos argumentos do senador por Vermont é que somente ele pode levar muitos eleitores às urnas nas eleições gerais de novembro.
A senadora Elizabeth Warren estava em Detroit, Michigan em um evento de campanha – Michigan não faz parte da Superterça – e falou antes de os primeiros resultados serem publicados. “Sim, estes são tempos difíceis. Sim, as pessoas têm medo. Mas a história de latinos e chicanos nos ensina o poder da resistência”, afirmou.
Já Mike Bloomberg minimizou, na Flórida, o fato de ter ganhado somente em Samoa Americana – mesmo após ter gastado cerca de US$ 500 milhões em propaganda nos estados da Superterça. Segundo ele, a campanha “saiu de 1%” e “se mostrou competitiva”. Segundo a emissora NBC, o ex-prefeito de Nova York deve reavaliar nesta quarta (04/03) se permanece na disputa.