O Exército de Israel intensificou seus ataques contra Gaza neste sábado (14/10), após encerrar o prazo estabelecido para a saída de civis do norte da região, no oitavo dia de conflito contra o grupo fundamentalista Hamas.
Na sexta-feira (13/10), o governo do premiê Benjamin Netanyahu deu um ultimato de 24 horas para os civis saíssem da região norte da Faixa de Gaza, local onde vivem cerca de 1,1 milhão de pessoas. Essa decisão aumentou as especulações de uma ofensiva terrestre liderada pelas forças israelenses.
“Se você se preocupa com si mesmo e com a sua família, vá para o sul da Faixa de Gaza”, apontou a publicação do porta-voz do exército israelense em árabe, Avichay Adraee.
Ainda na sexta, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que transferir esse contingente de pessoas “através de uma zona de guerra” é “extremamente perigoso e, em alguns casos, simplesmente impossível”.
Para Guterres, a situação é ainda mais complicada por conta do cerco total de Israel à Faixa de Gaza, que está sem água, comida, eletricidade e, segundo ele, sem alojamento.
Por conta disso, o governo de Israel estendeu o prazo e indicou duas rotas para os residentes evacuarem a região, entre 10h e 16h (hora local), de Beit Hanun, no norte de Gaza, até Khan Yunes, na área central.
O prazo terminou às 10h, no horário de Brasília.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 423 mil palestinos abandonaram as suas casas em Gaza, mesmo antes da ordem de Israel para a evacuação.
Em meio à evacuação, o Hamas denunciou que o Exército de Israel, após dar ultimato aos residentes, lançou um bombardeio contra palestinos que se deslocavam em direção ao sul em carros e caminhões.
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Desde começo da contraofensiva israelense, 2.215 pessoas morreram em Gaza e 1.788 ficaram feridos
A informação foi divulgada pela agência palestina Maan, citando o Ministério do Interior de Gaza, e confirma que a ofensiva deixou ao menos 70 mortos e 200 feridos. “Quatro bombas caíram sobre pessoas deslocadas ao longo da estrada Salah al-Din”, informou.
Desde o começo das hostilidades, 2.215 pessoas morreram em Gaza e 1.788 ficaram feridos, sendo que apenas na sexta-feira foram registradas 256 vítimas, incluindo 20 menores, conforme divulgado pelo Ministério da Saúde local.
Reunião do Conselho de Segurança termina sem acordo
A reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada para sexta-feira, a fim de debater a situação de Gaza após o avanço das forças de Israel, terminou sem acordo. Representantes de 15 países que integram o conselho se reuniram a portas fechadas.
O principal tema do encontro foi a criação de um corredor humanitário para retirar civis das zonas de conflito.
No entanto, mesmo sem uma definição do Conselho, a Rússia apresentou uma proposta de cessar-fogo. O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, afirmou que o país de Vladimir Putin não pode aceitar a falta de mobilidade do Conselho diante da crise no Oriente Médio.
Já o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, disse que o Brasil tem acompanhado a situação com “profunda tristeza e preocupação”, declarando que o governo Lula vai continuar promovendo o diálogo, inclusive com abertura de novas negociações.
(*) Com Ansa e Sputnik Brasil.