A agência de notícias oficial palestina Wafa anunciou nesta terça-feira (07/11) que um de seus jornalistas em Gaza foi morto em um ataque israelense. Segundo ela, 42 familiares do repórter palestino, “incluindo seus filhos e irmãos”, também morreram no bombardeio.
O jornalista Mohammad Abou Hassira foi morto em um “bombardeio israelense que teve como alvo a sua casa, perto do porto a oeste da cidade de Gaza”, disse a agência.
Segundo o serviço de imprensa do governo do Hamas em Gaza, o ataque ocorreu durante a noite de domingo (05/11) para segunda-feira (06/11). O corpo de Abou Hassira foi extraído dos escombros na manhã de terça-feira.
Na última quinta-feira (02/11), a televisão oficial palestina anunciou que um de seus correspondentes na Faixa de Gaza, Mohammad Abou Hatab, tinha sido morto num ataque israelense contra seu apartamento em Khan Younes, no sul do território. Onze membros de sua família também morreram.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) contabilizou na segunda-feira pelo menos 36 jornalistas e profissionais de comunicação (31 palestinos, 4 israelenses, 1 libanês) mortos desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em 7 de outubro.
State of Palestine – MFA/Twitter
42 familiares do repórter palestino, “incluindo seus filhos e irmãos”, também morreram no bombardeio
A guerra foi desencadeada por ataques do Hamas contra Israel, sem precedentes em sua escala e violência, que deixaram mais de 1.400 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades israelenses.
O Ministério da Saúde palestino, gerenciado pelo Hamas, anunciou nesta terça-feira que os bombardeios israelenses lançados em retaliação na Faixa de Gaza mataram 10.328 pessoas, a grande maioria delas civis.
Ameaças a jornalistas
Uma correspondente árabe-israelense que trabalha para o canal pró-iraniano Al-Mayadeen, Hanaa Mahameed, anunciou ter apresentado uma queixa à polícia israelense contra um jornalista de televisão de Israel, Haim Etgar, a quem acusou de a ter ameaçado.
Ela disse à AFP que se viu em uma situação “assustadora” depois que o jornalista israelense, fazendo-se passar por um funcionário dos correios, entrou em contato com ela por telefone para informá-la de que um pacote em seu nome havia sido encontrado em uma agência dos correios da cidade de Kfar Saba (centro).
Ao chegar ao local, Hanaa Mahameed se deparou com o jornalista israelense e um cinegrafista, que a perseguiram pelas ruas. Haim Etgar questionou a repórter sobre sua cobertura do ataque de 7 de outubro perpetrado pelo Hamas, censurando-a por supostamente ter se recusado a condenar as violências ou qualificá-las de massacre. As imagens foram publicadas no Instagram.