O grupo palestino Hamas rejeitou nesta terça-feira (09/04) uma proposta de acordo sobre a Faixa de Gaza apresentada no Egito por não incluir a retirada total das tropas de Israel e um cessar-fogo para colocar fim ao conflito iniciado há seis meses.
Pouco antes, o Hamas havia dito que estudava uma oferta de trégua de seis semanas, com a libertação de israelenses mantidos em cativeiro em troca de até 900 prisioneiros palestinos.
No entanto, segundo Sami Abu Zuhri, porta-voz do grupo islâmico, a “nova proposta ignora os pedidos de nosso povo e se concentra apenas no retorno” dos reféns sequestrados em 7 de outubro.
Mesmo analisando o acordo, o grupo já havia comentado que a proposta em questão rejeitava algumas das exigências apontadas pelos palestinos.
As conversas de negociação acontecem mesmo após uma resolução do Conselho de Segurança da ONU exigir um cessar-fogo imediato em Gaza, mas que ainda não foi acatada por Tel Aviv.
Israel mantém os preparativos para uma possível incursão terrestre em Rafah, no sul da Faixa de Gaza e destino de centenas de milhares de refugiados palestinos nos últimos seis meses.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou na segunda-feira (08/04) que uma data para o envio de tropas terrestres a Rafah já foi estabelecido.
“Essa vitória exige a entrada em Rafah e a eliminação dos batalhões terroristas que estão lá. Isso vai acontecer. Há uma data”, declarou Netanyahu, sem fornecer mais detalhes.
A postura da autoridade israelense em querer invadir Rafah segue firme, embora a comunidade internacional tenha pressionado Israel a não invadir o território. A incursão ao sul do enclave foi, inclusive, um dos tópicos que tem causado divergência com os Estados Unidos, principal nação aliada.
A guerra em Gaza foi deflagrada em 7 de outubro, quando uma ofensiva do Hamas resultou em 1,2 mil mortos em Israel. Já os ataques israelenses no enclave palestino mataram 33,4 mil pessoas.
Retirada israelense
No domingo (07/04), as Forças Armadas de Israel (IDF) anunciaram a retirada de uma grande parte das suas tropas terrestres da região sul da Faixa de Gaza.
A medida de Tel Aviv ocorre em meio a um cenário de maior pressão internacional contra o país, após a morte de trabalhadores humanitários devido a um ataque das forças militares israelenses, na última terça-feira (02/04).
De acordo com o diário Times of Israel, a maioria das tropas presentes no sul de Gaza foi transferida para outras regiões do enclave palestino.
(*) Com Ansa.