Israel continua nesta quinta-feira (13/06) sua ofensiva na zona oeste da cidade de Rafah, situada no extremo sul da Faixa de Gaza, com pesados bombardeios que obrigaram a população a fugir, segundo residentes. Enquanto isso, os esforços diplomáticos para um cessar-fogo na região continuam, mas não evoluem.
Segundo os residentes, as forças israelenses se deslocaram em direção à zona de Al-Mawasi, em Rafah, perto da praia, designada como área humanitária por mapas distribuídos por Israel desde o início de sua ofensiva na cidade, no mês passado.
Num comunicado, o Exército israelense negou ter atacado dentro da área e alegou que o objetivo era destruir as últimas unidades de combate intactas do Hamas. As Forças Armadas de Israel afirmaram que continuavam suas “operações direcionadas, baseadas em inteligência”, em Rafah.
Desde o início de sua ofensiva em outubro passado na Faixa de Gaza, Israel comprometeu-se a destruir completamente o Hamas, mas o movimento islâmico palestino mostrou ser resiliente e os militantes ressurgiram em áreas onde Israel pensava ter vencido.
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Israel continua sua ofensiva na zona oeste da cidade de Rafah, situada no extremo sul da Faixa de Gaza, com pesados bombardeios que obrigaram a população a fugir
Acordo de cessar-fogo
Os Estados Unidos, aliados próximos de Israel, propuseram um acordo de cessar-fogo no final de maio, mas as negociações avançam lentamente.
O Hamas, que disse estar pronto para concluir um acordo, respondeu à proposta dos Estados Unidos na terça-feira (11/06) defendendo mudanças, algumas das quais foram consideradas “irrealistas” pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
As mudanças propostas pelo Hamas “não são importantes”, disse um alto funcionário do movimento islâmico palestino à Reuters na quinta-feira.
A organização faz um apelo para que 100 palestinos condenados a longas penas de prisão em Israel sejam libertados, para a reconstrução da Faixa de Gaza, o fim do bloqueio ao território e a autorização para a circulação de pessoas e bens sem restrições, disse.
O Hamas também condicionou sua aprovação à cessação total dos combates e à retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza.
Na quarta-feira (12/06), o movimento palestino disse ter demonstrado “total positividade” nos esforços diplomáticos e pediu aos Estados Unidos para pressionarem Israel para chegar a um acordo sobre um cessar-fogo permanente no enclave.
Washington diz que Israel apoia sua proposta de cessar-fogo, apesar de o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não ter falado publicamente e continuar a excluir qualquer possibilidade de paz até que o Hamas seja “exterminado”.
Novo balanço de mortos em Gaza
O Ministério da Saúde do governo de Gaza anunciou quinta-feira um novo número de mortos de 37.232 desde o início da guerra.
Pelo menos 30 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas, disse o órgão em um comunicado, acrescentando que 85.037 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro.