Contrariando a ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para o fim da ofensiva militar em Rafah, autoridades de Israel confirmaram, nesta quarta-feira (29/05), que “os combates em Gaza continuarão por pelo menos mais sete meses”.
Segundo o jornal israelense Times of Israel, a informação foi declarada pelo chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi. Em contraponto, a CIJ exigiu na última sexta-feira (24/05) que o país interrompesse imediatamente suas operações militares na cidade.
A declaração do representante israelense também acontece no mesmo dia em que o país reivindica o controle de 75% do chamado corredor de Filadélfia em Rafah, um corredor estratégico com cerca de 13 quilômetros na cidade onde há intensos combates pela ofensiva.
O controle do estreito também faz parte dos planos a longo prazo das autoridades israelenses. Segundo Hanegbi, o país “controlaria o corredor ao longo do tempo e trabalharia com o Egito para prevenir o contrabando”, comum no estreito.
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Declarações das autoridades israelenses acontecem três semanas após o início da ação militar em Rafah
Em concordância com o chefe do Conselho de Segurança Nacional, o diretor-geral do Fórum de Defesa e Segurança de Israel, Amir Avivi, declarou que “a batalha decisiva, tanto militar, como de segurança” terá lugar em Rafah, ressaltando a importância da ocupação da cidade.
Avivi ainda afirmou que o exército de Israel planeja entrar na cidade fronteiriça entre o Sul da Faixa de Gaza e o Egito “com aviões, artilharia e tanques” para “derrotá-la”.
As declarações das autoridades israelenses acontecem três semanas após o início da ação militar em Rafah e um dia após terem sido registrados tanques e drones israelenses no centro da região.
O país realizou, nesta terça-feira (28/05), um novo ataque contra uma região de palestinos deslocados e refugiados, vitimando 21 pessoas em Al-Mawasi. Já na última segunda-feira (27/05), Israel bombardeou um campo de refugiados em Tel Al-Sultan, em Rafah, fazendo com que 45 pessoas, entre elas, mulheres, crianças e idosos, morressem carbonizados.