O exército de Israel revelou ter aberto uma investigação para apurar possível “mal funcionamento técnico” em bombas usadas no ataque contra o sul do Líbano, no último sábado (01/06), que atingiu três cidadãos brasileiros, incluindo Fatima Boustani. A mulher morava com seus quatro filhos na cidade de Saddikine. As informações são do jornal Folha de S. Paulo, em matéria publicada nesta quarta-feira (05/06).
À reportagem, as forças israelenses detalharam que o ataque executado no sábado tinha como destino “um centro de comando e controle militar do Hezbollah, na área de Saddikine, no sul do Líbano”, e que por causa de uma “suposta falha” o bombardeio havia ocorrido “em uma área diferente do alvo designado”, vitimando, portanto, Boustani e dois de seus filhos.
No dia do incidente, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que a mulher se encontrava em estado gravíssimo. Já na segunda-feira, de acordo com a apuração da Folha, a brasileira continuou internada na UTI, mas passou a respirar sem ajuda de aparelhos. Sua filha, Zahraa, de apenas 10 anos, e seu filho Ali, de 9 anos, revelaram estar em situação estável.
No sábado, o Itamaraty manifestou “indignação” e condenou o bombardeio.
“O Brasil exorta as partes envolvidas nas hostilidades à máxima contenção, assim como ao respeito aos direitos humanos e ao direito humanitário, de forma que se previna o alastramento do conflito em Gaza e se evitem novas vítimas civis inocentes”, declarou a pasta brasileira, por meio de nota, comprometendo-se ao apoio consular aos familiares atingidos pelo ataque.
A fronteira entre Israel e Líbano tem sido palco de conflitos desde 7 de outubro, quando Tel Aviv passou a intensificar suas agressões contra os palestinos na Faixa de Gaza. Desde então, o grupo libanês Hezbollah declarou publicamente seu apoio à Palestina.
Recentemente, o confronto no território transfronteiriço passou a se agravar, com registro de ataques diários entre ambas as forças armadas, de acordo com a mídia local.
Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu alertou que seu exército está preparando uma resposta “extremamente forte” contra o Hezbollah, após o vice-líder do grupo libanês, no dia anterior, ter declarado prontidão “para lutar contra qualquer guerra que lhe seja imposta”.