O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursou nesta sexta-feira (14/06) na cúpula do G7 na Itália e afirmou que a guerra de Israel na Faixa de Gaza transformou-se no “legítimo direito de defesa em direito de vingança”, vitimando mais de 36 mil civis palestinos no enclave.
“Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. Isso levou o Brasil a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça”, adicionou o mandatário referindo-se ao processo que denuncia Israel por genocídio em Gaza.
Quero agradecer à primeira-ministra Giorgia Meloni pelo convite para participar deste segmento ampliado. Na última reunião similar de que participei na Itália, na Cúpula de L´Áquila em 2009, enfrentávamos uma crise financeira global que expôs os equívocos do neoliberalismo. Hoje…
— Lula (@LulaOficial) June 14, 2024
Ao criticar a ofensiva israelense, Lula denunciou que “as instituições de governança estão inoperantes diante da realidade geopolítica atual e perpetuam privilégios”, ressaltando que os países gastaram U$2,4 trilhões em armamentos no ano 2023.
Lula também defendeu a tributação dos super-ricos ao afirmar que a “concentração excessiva de renda poder e renda representa um risco à democracia”.
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“Em Gaza, vemos o legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança”, declarou Lula no G7
“Já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos. Muitos países em desenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza”, afirmou o mandatário em seu pronunciamento.
“Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e adaptá-las a outras realidades”, acrescentou Lula, pedindo apoio dos países do G7 à “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, que será lançada na reunião do grupo das 20 maiores economias no Rio de Janeiro.
O presidente também dedicou parte do discurso ao tema da inteligência artificial. Segundo ele, os benefícios das tecnologias “devem ser compartilhados por todos”.
“Interessa-nos uma IA segura, transparente e emancipadora. Que respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação. Que potencialize as capacidades dos Estados de adotar políticas públicas para o meio ambiente e que contribua para a transição energética. Uma IA que também tenha a cara do Sul Global, que fortaleça a diversidade cultural e linguística e que desenvolva a economia digital de nossos países. E, sobretudo, uma IA como ferramenta para a paz, não para a guerra”, salientou Lula.
(*) Com Ansa