A polícia norte-americana iniciou na manhã desta quinta-feira (02/05) a retirada forçada de manifestantes pró-Palestina acampados no campus da Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles.
A ocupação faz parte de uma onda de protestos contra a guerra de Israel em Gaza e o apoio dos Estados Unidos ao governo de Benjamin Netanyahu. E esse não foi o primeiro episódio de truculência contra os manifestantes. Na última terça-feira (30/04), as forças policiais expulsaram estudantes que protestavam contra a ocupação israelense no campus da Universidade de Columbia, em Nova York, considerado um dos principais foco das manifestações.
Com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha, os agentes começaram a remover as barricadas e a desmantelar todo o acampamento montado pelos estudantes, que se recusaram a abandonar o local apesar das ordens das autoridades, em resistência pela libertação palestina.
Os policiais entraram no campus por volta das 3h da manhã do horário local (ainda 23h em Brasília) em uma operação intensa. Até o momento, não há informações sobre feridos. No entanto, equipes da CNN no local viram dezenas de manifestantes presos pela Patrulha Rodoviária da Califórnia.
De acordo com os relatos, algumas pessoas tentavam reforçar a barricada enquanto a polícia a derrubava. Todos os presos estão sendo levados para um ônibus estacionado a cerca de um quilômetro do campus.
Nos últimos dias, um grupo de manifestantes, incluindo alunos e professores da UCLA, ocupou a universidade como parte de uma série de protestos pró-Palestina, em meio ao conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza.
Na última quarta-feira (01/05), os estudantes da UCLA relataram ter sido atacados dentro da instituição de ensino por “agressores sionistas” mascarados e armados com tábuas de madeira e spray de pimenta.
A organização Estudantes Por Justiça na Palestina (SJP na sigla em inglês) repudiou a violência. “O ataque que ameaçou nossas vidas nesta noite foi um ato de terror horrível e desprezível. Por mais de sete horas, agressores sionistas lançaram bombas de gás, borrifaram spray de pimenta e dispararam fogos de artifício e tijolos em nosso acampamento”, declarou a SJP.
Em resposta à violência, a UCLA cancelou as aulas do dia e emitiu um comunicado à comunidade universitária, expressando preocupação com o bem-estar dos alunos e a segurança no campus.
Enquanto a repressão policial cresce, acampamentos de resistência se espalham pelas universidades no mundo. Na Itália, estudantes anunciaram nas redes sociais um protesto na Universidade de Turim para o próximo dia 7 de maio. “O movimento estudantil em solidariedade com a Palestina atingiu agora um alcance global: da Itália aos Estados Unidos, França, Turquia, Jordânia”, diz o texto.
O grupo pede o fim da cumplicidade das suas universidades com o sistema colonial de Israel e o genocídio em andamento em Gaza, através das suas colaborações científicas e acadêmicas com instituições israelenses e empresas de guerra.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato