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História

Hoje na História: 1974 - Frelimo e Portugal iniciam negociações para a independência de Moçambique

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Acordos de Lusaka contribuíram para o fim do colonialismo português

Max Altman

2012-09-07T11:10:00.000Z

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Em 7 de setembro de 1974, poucos meses após a Revolução dos Cravos, a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e o governo português sentaram-se à mesa de negociações em Lusaka, na capital de Zâmbia, para a assinatura de um memorando de entendimento para pôr fim a dez anos de guerra.

Os Acordos de Lusaka visavam a independência total de Moçambique, que ocorreria nove meses mais tarde, ou seja, a 25 de junho de 1975, data associada à fundação da Frelimo, em 1962. O líder do movimento, Samora Machel, chegou a Lusaka proveniente de Dar-Es-Salam, na Tanzânia, para a retomada das conversações iniciadas em 6 de junho de 1974 com o ministro de Relações Exteriores de Portugal, Mário Soares.

Com o objetivo de trazer a paz a Moçambique, outros contatos tiveram lugar em Dar-Es-Salam. Num desses encontros, Mário Soares dialogou com Samora Machel e Joaquim Chissano.

O dirigente da Frelimo, ao se encerrar as negociações que resultaram nos Acordos de Lusaka, disse em discurso: “Esta vitória é dos povos irmãos de Angola, da Guiné-Bissau, Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe que, ao nosso lado, de armas na mão e no combate político, destruíram o colonialismo. Esta vitória é dos movimentos de libertação de África”.

Os Acordos de Lusaka foram resultado da longa e penosa luta do povo no combate ao sistema de dominação estrangeira, de opressão e exploração. Foi, em especial, a vitória da guerra popular revolucionária de libertação nacional dirigida pela Frelimo que levou o Estado português a reconhecer o direito do povo moçambicano à independência. O Estado português reconheceu a Frelimo como único representante do povo moçambicano. Isto deitou por terra uma manobra que procurava deter  a independência e seu conteúdo popular e revolucionário.

Os Acordos de Lusaka estabeleceram que todos os poderes que o Estado colonial ainda exercia sobre partes de Moçambique teriam de ser transferidos para a Frelimo. O fim da luta armada tornava-se possível graças ao cumprimento da palavra de ordem contida na proclamação em 1964 da insurreição geral armada do povo moçambicano.: “O nosso combate não cessará senão com a liquidação total e completa do colonialismo português”.
 

Wikimedia Commons
Colonialistas portugueses e reacionários nacionais ainda tentaram impedir na capital Maputo  que o povo conquistasse a independência. No mesmo momento em que, em Lusaka, Samora Machel (à esquerda) e Mario Soares fechavam o acordo, registrava-se em Maputo uma explosão que culminou com a morte de centenas de pessoas e vultosas destruições.

Durante um comício promovido pela Frelimo e organizações favoráveis à independência, saudosistas do colonialismo saíam à rua para contestar o acordo. Ocuparam a estação Rádio Clube de Moçambique, tomaram os Correios, o Aeroporto e atacaram alguns jornais e associações favoráveis ao movimento independentista. Destruíram um paiol militar e forçaram a libertação de agentes da PIDE/DGS (polícia política), detidos após o 25 de Abril. Depois de baixas de lado a lado que se contam entre 400 e 1500, a reação colonialista foi derrotada.

Em Lusaka, as partes acordaram a constituição de um alto-comissariado, de um governo de transição e de uma comissão mista que se encarregariam de preparar a independência de Moçambique. Portugal nomeou o capitão Victor Crespo, um dos líderes do Movimento das Forcas Armadas, para alto-comissário, enquanto a Frelimo designava Joaquim Chissano para dirigir o governo de transição.

As partes acordaram igualmente na criação de uma comissão militar mista com o objetivo de assegurar o cumprimento do cessar-fogo, iniciado à zero hora do dia 8 de Setembro. A Frelimo se comprometeu também com uma política de não discriminação racial, segundo a qual “a qualidade de moçambicano não é definida pela cor da pele, mas pela identificação voluntária com as aspirações da nação moçambicana”.

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Política e Economia

FBI investiga Trump por violar lei de espionagem e recupera documentos dos EUA

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Arquivos 'ultrassecretos' e de 'informação sensível' foram apreendidos na casa do ex-presidente

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-12T21:40:00.000Z

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O FBI está investigando o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump por violação do "Ato de Espionagem", por obstrução de justiça e por remoção ou destruição de registros, informam os documentos tornados públicos nesta sexta-feira (12/08).

Ao todo, 20 caixas de documentos, fotos e outros itens foram retirados da mansão de Mar-a-Lago na operação da última terça-feira (08/08). A informação foi divulgada pelo pelo jornal estadunidense The Wall Street Journal. Entre as páginas estavam documentos com a marcação de "TS/SCI", o mais alto nível de classificação secreta do governo norte-americano.

Foram quatro caixas de documentos "ultrassecreto", três de "secretos" e três de "confidencial". Também foi confirmado que, durante a operação, foi recuperado um material sobre o "presidente da França", Emmanuel Macron.

O Washington Post afirmou que, segundo fontes ligadas à investigação, o FBI também buscava documentos secretos sobre armas nucleares. "Especialistas em informação confidencial disseram que a busca incomum levanta grave preocupação em autoridades do governo sobre o tipo de informação que eles pensavam que poderia ser encontrada [na residência] de Trump em Mar-a-Lago e potencialmente em risco de caírem em mãos erradas", afirmou o periódico.

Palácio do Planalto/Flickr
Arquivos 'ultrassecretos' e de 'informação sensível' foram apreendidos na casa do ex-presidente

O mandado de busca e apreensão ainda autorizou a investigação no escritório de Trump na residência e em qualquer "sala de armazenamento e outras salas dentro da premissa de uso ou possível uso por [Trump] e sua equipe e em caixas ou documentos que podem ter sido armazenados, incluindo todas as estruturas ou prédios do local".

Após a divulgação das informações oficiais, Trump se manifestou por meio de sua rede social, a Truth, se defendendo das acusações.

"Número um, era tudo material desclassificado. Número dois, não tinham a necessidade de sequestrar nada. Poderiam ter obtido isso quando quisessem sem fazer política e entrar em Mar-a-Lago. Estavam em um lugar seguro, com um cadeado a mais depois que me pediram", escreveu.

Trump tenta fazer com que a operação do FBI se torne política e vem conseguindo apoio dos seus pares republicanos nisso. Já a Casa Branca se manifestou apenas uma vez sobre o caso, dizendo que o presidente Joe Biden ou qualquer membro do alto escalão não sabiam da ação.

(*) Com Ansa e Brasil de Fato.

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