Atualizada em 07/02/2018 às 14:41
Em 10 de fevereiro de 2008 morre, aos 75 anos, o ator-norte-americano Roy Scheider, em decorrência de um câncer. Um dos principais astros de Hollywood na década de 1970, sua carreira ficou caracterizada por uma série de papeis interpretando protagonistas durões, como o policial Martin Brody, em seu mais conhecido papel, o sucesso comercial “Tubarão”. No entanto, teve uma trajetória profissional extremamente diversificada, obtendo sucesso também com personagens mais complexos, como o produtor musical Joe Gideon, no emocionante “O Show deve Continuar” (1979), seu trabalho mais prestigiado e pelo qual concorreu ao Oscar de ator principal, ao Globo de Ouro e ao britânico Bafta.
Uma de suas características mais marcantes na carreira era seu biótipo magro, acompanhado pelo rosto angular e voz austera, características apropriadas para os galãs da época.
Nascido em 10 de novembro de 1932 em Orange, Nova Jersey, teve também uma muito bem-sucedida carreira esportiva como pugilista amador (1947-1953 e 1958), participando de torneios regionais em seu Estado, Nova Jersey. Em 14 lutas, venceu 10 por nocaute, tendo perdido somente na estreia.
Acabou trocando as luvas de boxe pelos palcos, tendo estudado artes cênicas na Universidade de Rutgers University, especializando-se no liberal Franklin and Marshall College. Começou a carreira com destacada atuação no teatro e em novelas e séries da TV.
Uma de suas características mais marcantes na carreira era seu biótipo magro, acompanhado pelo rosto angular e voz austera, características apropriadas para os galãs da época. Nascido em 10 de novembro de 1932 em Orange, Nova Jersey, teve também uma muito bem-sucedida carreira esportiva como pugilista amador (1947-1953 e 1958), participando de torneios regionais em seu Estado, Nova Jersey. Em 14 lutas, venceu 10 por nocaute, tendo perdido somente na estreia.
Além do cinema, sempre foi um ator politicamente muito ativo. Participou de protestos contra as guerras do Vietnã e do Iraque, mesmo tendo servido na Força Aérea norte-americana por três, atingindo o posto de primeiro-tenente. Também militou por uma série de causas ambientais, especialmente na região de Long Island (ilha no Estado de Nova York). Foi um dos fundadores da Escola de Hayground em Bridgehampton, Nova York, cuja proposta é criar um inovador ambiente de aprendizagem culturalmente diversificada.
Sua estreia no cinema foi no filme de terror “Tumba Maldita” (1964), mas o primeiro papel de destaque veio sete anos depois em “Klute, o Passado Condena” (1971), onde contracenou com Jane Fonda. No mesmo ano, como o detetive Buddy Russo, contracenando com Gene Hackman no eletrizante policial “Operação França”, obteve sua primeira nomeação ao Oscar, como ator coadjuvante.
A atuação também lhe valeu papeis como “policial durão”, com variantes de militar até o fim da carreira: foi assim Buddy Manucci, em “Seven-Ups” (1973), uma história onde se destaca uma célebre perseguição de carro; o agente secreto Doc Levy, irmão de Dustin Hoffman em “Maratona da Morte” (1976); Michael, em “O Franco Atirador” (1978), papel que se arrepende por não ter dado sequência; ou o piloto Frank Murphy, em “Trovão Azul” (1983). Sem esquecer o capitão de submarino Nathan Bridger, na série de TV “Sea Quest” (1993-1994).
Reprodução
Roy Scheider em seu papel mais famoso, como o chefe Brody, em “Tubarão”
NULL
NULL
Claro, nenhum deles tão marcante e conhecido como o chefe Brody, no inesquecível “Tubarão” (1975), de Steven Spilberg, em que enfrenta um tubarão branco que aterroriza uma comunidade na pequena e fictícia cidade de Amity Town, filme que bateu recorde de bilheteria. Brody ainda mataria um segundo bichano muito maior em 1978, em uma continuação bem menos sucedida.
Ainda na ficção cientifica, protagonizou a continuação de “2001- Uma Odisseia no Espaço” (1968), no controverso e injustiçado “2010 – O Ano em que Fizemos Contato” (1984).
Mas seu auge foi mesmo em “O Show Deve Continuar”. Seu personagem, o coreógrafo e produtor Joe Gideon era uma caracterização semi-autobiográfica do diretor Bob Fosse. Mulherengo, muito bom de copo e usuário compulsivo de drogas, Gideon acabou pagando por sua vida de excessos, não sem antes de acertar suas contas com o passado de uma forma poética e inesquecível.
Tive a sorte de ter feito o que considero três filmes marcantes: “Operação França” influenciou toda uma geração de filmes com dupla de policiais, com uma boa dose de verdade sobre o dia a dia do trabalho deles. “Tubarão” foi o primeiro grande blockbuster de aventura ao ar livre. E, claro, “O show Deve Continuar” não é como os velhos musicais da MGM. Cada um desses filmes é único”.
A partir dos anos 1990, inexplicavelmente, Scheider esteve muito ativo, mas interpretando papeis secundários ou em filmes de baixa bilheteria, geralmente como militar ou presidente dos Estados Unidos – cargo que ocupou três vezes no cinema.
Os últimos anos de vida não foram felizes. Em 2005, passou por um transplante de medula óssea, para tratar um mieloma múltiplo, tipo de câncer que atinge as células plasmáticas. Sua única filha do primeiro casamento, Maximilia, morreu em 2006. Recebeu em 2007 um prêmio pelo conjunto da obra no Festival de Sun Deis. Acabou não resistindo ao câncer e morreu no ano seguinte, não sem antes, nos últimos meses de vida, ter gravado todas as cenas de seu filme póstumo, “Cruz de Ferro” (2009) – seu último policial durão.