Reality show na Holanda faz competição entre imigrantes que tiveram asilo negado
Reality show na Holanda faz competição entre imigrantes que tiveram asilo negado
A televisão holandesa estreia nesta quinta-feira (01/09) um programa em que cinco solicitantes de asilo político, que já tiveram os pedidos negados, competem por um prêmio de quatro mil euros. O "Weg van Nederland" (Pra longe da Holanda) testará o conhecimento dos cinco competidores, todos entre 15 e 22 anos, sobre a língua, a cultura, a história, sobre artistas e a família real holandesa. Aquele que mostrar mais conhecimento do país, ganha.
Divulgação/VPRO
O apresentador estará acompanhado de duas assistentes de palco
vestidas como oficiais de imigração
Os outros competidores, porém receberão prêmios de consolação,
como um saco com bulbos de flores e um colete a prova de balas. O objetivo, segundo o VPRO, canal que transmite o programa, é "criticar" a lentidão da política de imigração, disposta a expulsar jovens e famílias que já vivem há mais de oito na Holanda, e ajudar o vencedor a iniciar sua nova vida no país de origem.
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Sobre os participantes, pouco se sabe. Um deles estuda engenharia aeronáutica e espera ser deportado para Camarões. Outro, que está quase no fim do curso de licenciatura de línguas eslavas, deve voltar para Chechênia.
Mesmo antes da estreia, o Weg van Nederland já causou polêmica no país, principalmente por adotar um tom cômico. A produção optou colocar ao lado do apresentador duas ajudantes de palco vestidas de oficiais de imigração.
Veja o teaser do programa Weg van Nederland:
O programa foi visto pela Vluchtelingenwerk – uma organização que atende a refugiados - como uma proposta de "mau gosto". "O programa é duro, mas na verdade a realidade também é dura. É uma realidade que refugiados são recusados na Holanda. Enquanto seus filhos têm boa educação e estão bem integrados ao país", disse o diretor da organização, Wouter van Zandwijk.
O próprio editor-chefe do VPRO, Frank Wiering, contou que ao receber a proposta sua primeira reação foi negativa. “Minha primeira reação foi: isso nós não podemos fazer, não vejo nada num programa assim. Até que fui me aprofundar na questão. Aí pensei: temos, sim, que fazer", disse. Para ele, é importante chamar atenção para o fato de que atualmente há muitos jovens refugiados que são recusados no país, entretanto, admite que "o programa poderá render boas risadas".
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Organizações da Sociedade Civil tiveram direitos violados no governo Bolsonaro, diz associação
Pesquisa feita com 135 organizações sociais de todas as regiões do país foi apresentada no Fórum Político de Alto Nível da ONU
A Associação Brasileira de ONGs afirmou, por meio de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (05/07) no Fórum Político de Alto Nível da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, que as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) foram submetidas a violações sistemáticas de direitos pelo Estado brasileiro no período entre 2019 e 2021.
O estudo, intitulado Criminalização Burocrática, foi feito a partir do levantamento do perfil de 135 organizações sociais de todas as regiões do Brasil, combinando abordagens qualitativa e quantitativa, incluindo ainda grupos focais e entrevistas entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022. Para conferir o relatório completo, clique aqui.
“Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o que se observa é um aumento de desconfiança sobre o campo da sociedade civil organizada. Há uma escalada nas tentativas de criminalização das OSCs, com projetos de lei e outras medidas legais destinadas ao controle e restrição do espaço de atuação dessas organizações”, apontam os pesquisadores da pesquisa.
Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo que “visam dificultar a captação de recursos, impor pagamentos indevidos e, de forma geral, inviabilizar o trabalho das entidades”.

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Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo
“As informações também apontam que as OSCs têm sofrido, com o governo federal como agente, crimes de calúnia, difamação ou injúria, todos previstos no Código Penal”, diz a associação.