Efe
Candidata da xenófoba Frente Nacional só lidera entre homens de 35 a 49 anos, os mais afetados pela crise
No país berço do feminismo, a questão de gênero não tem sido determinante para definir o voto do eleitorado feminino. Isso pelo menos na atual disputa presidencial da França, no qual a única candidata mulher com destaque nas pesquisas de intenção de voto, a ultraconservadora Marine Le Pen, não parece despertar a simpatia das francesas.
De acordo com as últimas pesquisas, Marine, que é filha do líder da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, tem em torno de 20% das intenções de voto. Entretanto, seu percentual cai para 16% quando se analisa apenas os votos de mulheres. As informações são de um estudo do instituto Ifop, divulgado pelo diário francês Atlantico.
No geral, homens e mulheres têm intenções de voto semelhantes. A exceção é o candidato do partido Socialista, François Hollande, que lidera as pesquisas à frente do atual presidente, Nicolas Sarkozy. Hollande, que tem entre 28 e 30% das intenções de voto, sobe para 33% em meio ao eleitorado feminino, abrindo 7 pontos de vantagem sobre Sarkozy.
Marine Le Pen também tem resultado pior entre as mulheres quando comparada com o percentual que seu pai obtinha quando era candidato. Em 2002, Jean-Marie Le Pen surpreendeu ao derrotar o candidato socialista Lionel Jospin e disputar o segundo turno contra o então presidente Jacques Chirac.
A candidata da Frente Nacional, que defende a expulsão de imigrantes e que a França deixe o euro e a União Europeia, tem seu melhor desempenho entre os eleitores de 35 e 49 anos, a mais afetada pela atual crise econômica que atinge a Europa e tem aumentado o desemprego no país. Entre as mulheres nessa faixa etária, ela teria 22% dos votos. Mas é entre os homens em torno dos quarenta que ela prevalece, com 28%, o que lhe garantiria uma vaga no segundo turno.
Candidato de esquerda sobe
O líder do Partido de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, atingiu pela primeira vez na campanha 10% das intenções de voto, de acordo com levantamento da empresa CSA March 5. O resultado é um alento para a esquerda francesa, que viu sua popularidade cair nas últimas eleições do país.
No primeiro turno da votação em 2002, o bloco político conseguiu cerca de 14% dos votos. Em 2007, caiu para 8%. Entre dezembro e janeiro, Mélenchon teria amealhado o eleitorado trotskista e os Verdes. Agora ele começa a atrair alguns eleitores de François Hollande.
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