França e Alemanha anunciaram na noite desta quinta-feira (24/10) que vão fechar até o fim de 2013 um acordo de cooperação para frear as práticas de espionagem dos EUA. A medida, dizem as potências europeias, é uma resposta às denúncias de que Washington espionou o telefones de 35 líderes mundiais.
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Agência Efe
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“O objetivo desse acordo será estabelecer regras para o futuro”, disse o presidente francês, François Hollande, em entrevista coletiva após encontro paralelo à cúpula de dois dias da União Europeia em Bruxelas, na qual ressaltou que “há comportamentos e práticas que não podem ser aceitas”. Segundo o dirigente francês, a iniciativa está também aberta para os outros países europeus.
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Sérgio Amadeu: “A absurda máquina de vigilância montada pelos EUA”
“Vamos fazer todo o possível para conseguir antes do fim de ano um entendimento comum sobre a cooperação dos serviços de inteligência dos Estados Unidos com Alemanha e França”, enalteceu a chanceler alemã, Angela Merkel. “O princípio deve ser, não se espiona, nem no futuro”, reiterou, exigindo dos EUA “verdadeiras mudanças” em relação às práticas dos serviços de inteligência.
O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, por sua vez, explicou que os líderes da UE pactuaram uma “declaração final que se somará às conclusões do Conselho e que confirma que os europeus querem saber a verdade”.
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Eurodeputados irão aos EUA investigar suposta espionagem
Nove membros da comissão de Liberdades Civis do PE (Parlamento Europeu) estarão na próxima semana em Washington para coletar informações sobre a suposta espionagem americana de cidadãos europeus, informou hoje (25) a Eurocâmara em comunicado.
A missão parlamentar deve analisar com as autoridades norte-americanas o impacto de seus programas de vigilância sobre os direitos fundamentais dos europeus e as últimas informações reveladas pela imprensa, incluindo as supostas escutas à chanceler alemã, Angela Merkel.
Além disso, os eurodeputados devem solicitar informação sobre a suposta espionagem em massa de ligações telefônicas na França e sobre as invasões detectadas nos servidores da empresa belga de telecomunicações Belgacom.