Quase uma semana após o crime, as autoridades de segurança dos Estados Unidos identificaram oficialmente nesta sexta-feira (15/08) o policial Darren Wilson, branco, como o autor dos disparos que mataram o jovem negro Michael Brown no último sábado (09/08) no distrito de Ferguson, no Missouri.
O episódio despertou novamente um clima de tensão racial nos EUA e motivou uma série de protestos na cidade, reprimidos com truculência pelas forças policiais ao longo desta semana.
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Agência Efe
Morte de Michael Brown no Missouri reacende debate sobre racismo e repressão policial contra negros nos Estados Unidos
Ao fazer o anúncio hoje, o chefe da polícia local, Thomas Jackson, fez questão de ressaltar o bom retrospecto do policial ao longo de seus seis anos na corporação, afirmando que o incidente teria ocorrido logo após uma ocorrência de roubo nas redondenzas, em que o garoto de 18 anos foi considerado suspeito.
Segundo relatos e testemunhas, Brown foi morto enquanto caminhava em direção à casa de sua avó num complexo residencial em Ferguson.
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O chefe de polícia afirmou que houve uma denúncia de roubo de cigarros numa loja de conveniência na região poucos minutos antes do encontro entre Wilson e Brown. O suspeito foi descrito à polícia como um rapaz negro vestindo camiseta branca. Pouco depois, precisamente às 12h04 locais, Wilson atirou o jovem.
Falta de confiança na Justiça
Além de reacender o debate sobre racismo e violência policial, o episódio de Ferguson fez revelar uma crescente desconfiança nas instituições de segurança e Justiça, bastiões da sociedade norte-americana.
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Uma pesquisa estatística realizada pela organização YouGov em parceria com o site HuffPost mostrou que 45% dos cidadãos norte-americanos não têm confiança no sistema Judiciário dos EUA (37% ainda confiam e 19% não souberam responder).
Em outra pergunta, 43% dos entrevistados concordaram que a polícia norte-americana usa com muita frequência armamentos letais em suas abordagens. Além disso, 53% das pessoas acreditam que a força policial nas grandes cidades é geralmente mais dura com pessoas negras do que brancas.