Uma semana após a posse de Mauricio Macri como novo presidente da Argentina, cerca de 15 mil pessoas se reuniram na noite de quinta-feira (17/12) diante do Congresso em Buenos Aires para protestar contra as recentes mudanças realizadas por seu governo.
A manifestação foi convocada pelos deputados do Frente para a Vitória (FpV), partido kirchnerista que possui maioria na Câmara, em defesa à Lei de Meios, promulgada por Cristina Kirchner em 2009. A medida visa impedir o monopólio de grupos específicos sobre os meios de comunicação, estipulando que as licenças de rádio e TV se dividam em três terços que são repartidos entre Estado, setor privado e organizações sociais.
O órgão regulador dessa norma seria o próprio presidente, porém, na quinta passada (10/12), logo após assumir, Macri transferiu a responsabilidade para o Ministério das Comunicações.
Agência Efe
População pede proteção à Lei dos Meios
Os manifestantes também repudiaram a designação de Macri por decreto de dois juízes para vagas da Suprema Corte sem passar por aprovação do Senado — onde a oposição tem maioria. Em comunicado, a Presidência da Argentina afirmou que Macri se amparou em um artigo da Constituição, segundo o qual uma das atribuições do chefe de Estado do país é “preencher os cargos vagos que requerem o acordo do Senado e que ocorram durante seu recesso, por meio de nomeações em comissão que expirarão ao fim da próxima legislatura”. Macri voltou atrás na nomeação por decreto após as críticas.
NULL
NULL
“Quem ganha com voto popular tem que se adequar aos preceitos democráticos”, defendeu Héctor Recalde, atual presidente do FPV na Câmara, em entrevista coletiva à imprensa na quinta. Recalde afirmou que consideram, inclusive, apresentar uma denúncia formal contra o presidente.
Ele e mais 80 deputados compareceram à manifestação. Junto a eles estava Daniel Scioli, ex-candidato presidencial apoiado por Cristina Kirchner e derrotado por Macri. A passeata ainda contou com a presença dos ex-ministros Axel Kicillof, da Economia, e Agustín Rossi, da Defesa.
Na ocasião, Scioli criticou as primeiras medidas econômicas do novo presidente. “Estamos acompanhando com preocupação as decisões que estão tomando porque afetam o poder aquisitivo dos trabalhadores e dos postos de trabalho”, disse o ex-candidato.
Agência Efe
Manifestação na Argentina reuniu cerca de 15 mil pessoas, segundo os organizadores