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O presidente em exercício Michel Temer discutiu a conjuntura brasileira e o processo eleitoral de 2006 com a embaixada dos Estados Unidos, disse a organização WikiLeaks na quinta-feira (12/05).
Agência Efe
Segundo documentos divulgados pelo WikiLeaks, Michel Temer teve encontros com cônsul-geral dos Estados Unidos
A afirmação se baseia em documentos que haviam sido disponibilizados pela organização sueca em 2011. Neles, o então cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, Christopher J. McMullen, relata por meio de telegramas ao governo norte-americano conversas que teve com Michel Temer, na época deputado e presidente do PMDB.
New Brasil president #Temer provided political intelligence to US National Security Council, US Military https://t.co/3l2eUdiqvy #dilma
— WikiLeaks (@wikileaks) 13 de maio de 2016
Segundo o conteúdo dos telegramas, Temer considerava que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva havia criado uma “enorme esperança” na população. Entretanto, acreditava que seu desempenho na Presidência havia sido decepcionante. A “desilusão pública” com Lula e o Partido dos Trabalhadores, na avaliação de Temer, criaria condições para o PMDB lançar seu próprio candidato naquele pleito.
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Nos telegramas enviados ao governo dos EUA, de McMullen informa que “Temer criticou a visão estreita de Lula e seu excessivo foco em programas de rede de seguridade social que não promovem crescimento ou desenvolvimento econômico”.
Sobre o PMDB, o cônsul-geral afirmou que o “verdadeiro problema” do partido era a ausência de “uma ideologia ou uma estrutura política que lhe permita elaborar e implementar uma agenda política nacional coerente”. Ele também descreveu a legenda como “uma coalizão de caciques regionais ou patrões”.
Na época da divulgação dos documentos, Temer negou ter afirmado a McMullen que o desempenho de Lula teria sido decepcionante, e alegou que as informações poderiam ter sido ditas em entrevistas.
Ao divulgar os documentos novamente em sua conta de Twitter, o Wikileaks classificou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff como ‘golpe’.