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Política e Economia

'Brasil assistiu a um golpe político em um quadro legal', diz deputado português do Parlamento Europeu

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Para Carlos Zorrinho, vice-presidente da delegação União Europeia/Brasil, a esquerda da América Latina precisa se reinventar, já que não se podem "perder" os filhos cujos pais foram beneficiados por políticas progressistas

Rafael Targino

2016-06-25T09:00:00.000Z

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“O Brasil assistiu a um golpe político, mas em um quadro legal. Cada um analisa como quer, isso é a democracia, mas estava tudo lá, previsto, dentro do quadro legal. Foi um golpe político, mas no âmbito institucional. Se as pessoas entendem que isso não pode vir a acontecer, tem que reformar o pacto institucional.”

Essa é a resposta que dá o eurodeputado português Carlos Zorrinho, vice-presidente da delegação UE/Brasil, integrante do PS (Partido Socialista português) e membro do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, quando questionado sobre como vê o processo de crise política e impeachment pela qual o Brasil passa no momento. Opera Mundi conversou com Zorrinho no gabinete dele, em Bruxelas, em meados de maio.

Rafael Targino/Opera Mundi

Zorrinho: Brasil assistiu a um golpe político em um quadro legal

“Vejo a situação brasileira com preocupação”, diz. “Minha sensibilidade, quando olho, é que a questão-chave é que as pessoas recuperem a confiança no país”, afirma, apontando as questões econômicas como um dos motores para a crise política.

“Acho que houve uma mudança econômica global que não foi bem comunicada aos brasileiros e, a partir daí, gerou-se uma crise muito forte de confiança. Põe em causa a estabilidade democrática e os ganhos extraordinários que o país fez”, afirma.

O deputado aponta três pontos-chave para os atuais problemas políticos e econômicos do Brasil. “Mesmo quando tudo parecia estar a correr bem, havia três questões: uma tinha a ver com a extrema dependência de quatro ou cinco produtos da economia brasileira; a segunda tinha a ver com o modelo de financiamento dos partidos – não sei se vai ser aceito, mas o modelo mais europeu de financiamento público sai muito mais barato e é muito mais transparente –; e a terceira, à não fidelização: toda vez que vou ao Congresso brasileiro, ao Senado, fico espantado. Já fui parlamentar também, já fiz de quase tudo na vida. Mas é impossível imaginar como consegue se fazer política quando se tem que conquistar cada voto em cada votação”, diz.

Para Zorrinho, a saída para a crise exige reformas. “[A situação] Implica uma reforma econômica ousada, o Brasil não pode estar tão dependente das commodities, e implica uma coisa bastante mais difícil, reformar o sistema político. E essas duas coisas estão muito ligadas: confiança política pode ajudar a recuperar a confiança econômica. E a confiança econômica pode criar espaço para fazer a reforma política. As duas ao mesmo tempo, em negativo, é muito complicado.”

Reinvenção da esquerda

Segundo o deputado, a esquerda na América Latina precisa se reinventar – e cita a presidente chilena Michelle Bachelet, que voltou ao governo do país após um mandato da direita, como exemplo.

"O grande desafio é que a esquerda latino-americana não perca os filhos de quem a elegeu, que os reconquistem. Mas não se pode reconquistar com o mesmo que se deu aos pais. Aos pais deram comida, arroz, pão, educação para os filhos; para estes, tem que dar mais. Não se podem perder estes filhos, e esta é a questão-chave. Se os filhos passam para o outro lado, perdem o poder”, afirma.

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Direitos Humanos

Maioria dos católicos alemães rejeita condenação do aborto

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Declarações do papa e da Igreja contra a interrupção da gravidez são rechaçadas por 58% dos católicos, indica pesquisa

Darko Janjevic

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-09T21:59:00.000Z

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Uma pesquisa de opinião realizada na Alemanha revelou uma grande distância entre a os fiéis católicos e a os líderes da Igreja Católica, em relação ao aborto.

O levantamento, realizado pela INSA Consulere a pedido do jornal Die Tagespost, perguntou aos entrevistados: "É bom que o papa e a Igreja se manifestem contra o aborto?"

Somente 17% dos respondentes católicos responderam que sim. Outros 58% disseram que não. Entre os protestantes, apenas 13% eram favoráveis às declarações contra o aborto. Mais de dois terços discordaram dos posicionamentos do papa Francisco ou da Igreja Católica sobre o aborto.

Para a pesquisa foram entrevistados 2.099 cidadãos no fim de julho e início de agosto.

Igreja progride, mas só até certo ponto

O papa Francisco reorientou a Igreja Católica para um caminho mais liberal desde que assumiu o cargo de pontífice, em 2013. Ele tomou posições contundentes sobre padres envolvidos no abuso sexual de crianças, condenou governos de países do Ocidente por deportarem imigrantes, pediu mais ajuda para os pobres e mais esforços para preservar o meio ambiente. Publicamente, ele também agiu para reduzir o preconceito contra pessoas LGBTQ, afirmando que Deus "não renega nenhum de seus filhos" e endossando as uniões civis entre homossexuais.

Papa Francisco conduziu iniciativas para modernizar a Igreja Católica, mas mantém sua firme condenação ao aborto
Eric Gay/dpa/AP/picture alliance

No entanto, o papa Francisco também decepcionou alguns de seus apoiadores mais liberais ao rejeitar a benção católica para os casamentos gays. Ele também recusou-se a abandonar a posição tradicional da Igreja sobre o celibato de sacerdotes, assim como sobre o aborto, que o Vaticano vê como um ato de assassinato.

Francisco sobre o aborto: "É correto contratar um assassino?"

Em entrevista à agência de notícias Reuters em julho, Francisco reafirmou a sua opinião de que fazer um aborto seria semelhante a contratar um assassino.

"A questão moral é se é correto matar uma vida humana para resolver um problema. De fato, é correto contratar um assassino para resolver um problema?" questionou.

A questão do aborto não é a única em que o Vaticano enfrenta perda de apoio na Alemanha. Há menos de três semanas, a Igreja Católica pronunciou-se contrária ao movimento católico progressista alemão Caminho Sinodal, advertindo-o que não tem autoridade para instruir bispos sobre questões de moralidade e doutrina.

O movimento vem fazendo pressão para que os padres sejam autorizados a casar, mulheres possam tornar-se diáconos e que a Igreja dê sua benção a casais do mesmo sexo.

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