A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta quinta-feira (18/01) que está grávida e que se afastará do cargo durante seis semanas após o nascimento do bebê, que está previsto para o mês de junho.
Em sua conta no Facebook, Ardern revelou sua gravidez e disse que ela e seu marido, Clarke Gayford, estão muito animados com a notícia. “Clarke e eu estamos muito animados que em junho nosso time irá aumentar de dois para três”, escreveu a primeira-ministra.
Ardern ainda destacou que irá “ser primeira-ministra e mãe” e seu marido será “um pai que ficará em casa”, para cuidar do bebê. “Eu sei que haverá muitas perguntas e eu responderei todas”, também escreveu a líder do Partido Trabalhista.
Durante a campanha eleitoral, Ardern foi questionada por um jornalista se seria válido uma premiê tirar licença-maternidade enquanto estivesse no cargo. “A pergunta é: é válido uma primeira-ministra sair em licença-maternidade enquanto estiver no cargo?”, questionou, acrescentando que “o empregador em uma empresa precisa saber que tipo de mulher está empregando”.
A então candidata classificou a pergunta como “inaceitável”. “É totalmente inaceitável, em 2017, dizer que mulheres tenham que responder esse tipo de pergunta no ambiente de trabalho”, disse. “Quando ter filhos é uma decisão da mulher e isso não deve predeterminar se ela receberá ou não oportunidades de trabalho.”
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Jacinda Ardern se afastará do cargo durante seis semanas para cuidar de seu bebê
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Durante as seis semanas que Ardern ficará afastada do posto, o vice-primeiro-ministro, Winston Peters, ficará à frente do governo. A premiê ainda prometeu ficar disponível para emergências enquanto tira sua licença maternidade.
Ardern, eleita em votação acirrada em setembro do ano passado, se tornou a terceira mulher a formar um governo na Nova Zelândia, sendo a pessoa mais jovem da história do país a assumir o cargo de premiê, com 37 anos.
O primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, felicitou a líder do país vizinho dizendo que Ardern “parecia mais animada do que quando ganhou as eleições”. A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark também enviou mensagem a Ardern destacando que “toda mulher deveria ter a possibilidade de escolher combinar família e carreira”.
O líder do Partido Verde neozelandês, James Shaw, parabenizou a premiê e afirmou que “uma mulher possa ser primeira-ministra da Nova Zelândia e escolher ter uma família enquanto ocupa o cargo diz muito sobre o tipo de país que nós somos e que podemos ser – moderno, progressista, inclusivo e igualitário”. Shaw também destacou que “esse anúncio será significativo para muitas mulheres”.
Na Nova Zelândia, o tempo máximo permitido pelo governo para licença maternidade é de 18 semanas, podendo ser estendido para 52 semanas mediante a negociações trabalhistas.
Além de Ardern, a primeira-ministra do Paquistão em 1990 Benazir Bhutto deu à luz a uma menina e se tornou a primeira líder mundial eleita a vivenciar a maternidade durante o exercício de sua funções políticas.