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Política e Economia

As argentinas e seus lenços verdes estão fazendo uma revolução

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Congresso vota nesta quarta-feira o projeto de despenalização do aborto e a maré por sua aprovação parece irreversível, apesar da forte pressão da Igreja Católica e de outros grupos conservadores

Marina Terra

2018-06-13T14:39:00.000Z

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Um pequeno triângulo de tecido verde se tornou acessório recorrente na Argentina. Adornou pescoços, cabeças e punhos. Estampou capas de revista e apareceu em programas de televisão. Cruzou fronteiras, acendeu curiosidades. E se consolidou como o símbolo oficial da luta pela despenalização do aborto, sem restrições, até a 14ª semana de gestação.

 completou 13 anos em 28/05. Tem também a ver com o que chamamos de “despenalização social”, ou estar lutando com argumentos durante muito tempo antes de chegar ao Congresso, em diferentes espaços: universidades, escolas, no Direito, na Comunicação. É estar há 13 anos falando de um tema e agora colher os frutos.

Por outro lado, tem a ver como o movimento, que o que fez foi massificar o movimento de mulheres, incluindo as lésbicas, travestis e trans. Ele foi se aprofundando, ampliando seus debates. Em seguida, passamos de falar somente de feminicídio para incluir na agenda pública quais são nossas propostas de mudança. A última manifestação do #NiUnaMenos demonstrou a força do movimento com essa foto imensa, gigante, de todas com os lenços verdes para o alto, na praça em frente ao Congresso.

Por fim, também conseguimos de alguma forma ultrapassar os obstáculos e chegar ao Congresso por meio de uma vontade política, não necessariamente do Poder Executivo, mas sim de muitas deputadas de diferentes blocos que se sentem identificadas com o que acontece fora, nas ruas, e que estão levando disputas importantes a seus próprios partidos. Houve uma confluência, onde todas nós estivemos por todos os lados escutando e pressionando por esse direito. Justamente por causa dessa demanda social crescente se pôde chegar à vontade política. Para que se debatesse o tema no interior do Congresso.

Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito/Reprodução

Argentinas e seus lenços verdes: símbolo da luta pela despenalização do aborto

Qual foi o papel das redes sociais no debate? De que forma as redes o influenciaram? 
Lau: As redes foram fundamentais num sentido estratégico. Se tratou de hackear a agenda midiática e dizer: “aqui estamos”. E visibilizar tudo o que fazemos no território. Em cada estado (província) da Argentina, há uma representante da campanha nacional. É uma articulação federal, de construção feminista horizontal. A tarefa que nos impusemos foi a de usar as redes como uma ferramenta para hackear a agenda midiática e chegar até a política. Nós acreditamos que ações de massa como os tuitaços ajudaram nisso. Começamos a posicionar elementos que sustentavam nossa exigência pelo direito ao aborto e com isso nos levaram mais em conta. Uma vez nos meios, fomos com tudo e conseguimos eliminar o silêncio ao redor da necessidade de que se trate o aborto livre no Congresso.

E o lenço foi essencial nisso. Há uma semana emitimos um comunicado ressaltando como, novamente na história do nosso país, um lenço nos irmana. Nós estamos levando essa luta porque ontem foram as Mães e as Avós [da Praça de Maio] que levaram seu lenço branco a público. No começo, a cor não tinha significado especial. Mas hoje é diferente. Para nós, que estamos numa geração intermediária, é muito emocionante ver meninas jovens usando o lenço por aí. Usando-o nas escolas, nas salas de aula. Virou um código, um sinal de que existe alguém de confiança ali, uma companheira. A cumplicidade de que estamos lutando pela mesma coisa.

As redes seguem sendo nossa ferramenta fundamental, não somente porque nos permite ampliar e democratizar a luta — nossos argumentos, quem são as protagonistas etc — , mas também é nossa via de comunicação e organização. Quando há um aviso de tuitaço, nos dedicamos totalmente a isso, nos debruçamos em estratégias de viralização. Mais recentemente ficamos muito emocionadas durante a celebração na Irlanda, onde o verde também predominou e dissemos que queríamos festejar assim. Ficou comprovado que é uma luta histórica global. Posicionamos recentemente também personalidades que podem influenciar e pressionar deputados e deputadas que ainda não decidiram seu voto. Estamos conseguindo.

(*) Publicado em Medium

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Política e Economia

Organizações da Sociedade Civil tiveram direitos violados no governo Bolsonaro, diz associação

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Pesquisa feita com 135 organizações sociais de todas as regiões do país foi apresentada no Fórum Político de Alto Nível da ONU

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-07-05T21:50:00.000Z

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A Associação Brasileira de ONGs afirmou, por meio de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (05/07) no Fórum Político de Alto Nível da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, que as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) foram submetidas a violações sistemáticas de direitos pelo Estado brasileiro no período entre 2019 e 2021.

O estudo, intitulado Criminalização Burocrática, foi feito a partir do levantamento do perfil de 135 organizações sociais de todas as regiões do Brasil, combinando abordagens qualitativa e quantitativa, incluindo ainda grupos focais e entrevistas entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022. Para conferir o relatório completo, clique aqui. 

“Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o que se observa é um aumento de desconfiança sobre o campo da sociedade civil organizada. Há uma escalada nas tentativas de criminalização das OSCs, com projetos de lei e outras medidas legais destinadas ao controle e restrição do espaço de atuação dessas organizações”, apontam os pesquisadores da pesquisa. 

Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo que “visam dificultar a captação de recursos, impor pagamentos indevidos e, de forma geral, inviabilizar o trabalho das entidades”. 

Flickr
Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo

“As informações também apontam que as OSCs têm sofrido, com o governo federal como agente, crimes de calúnia, difamação ou injúria, todos previstos no Código Penal”, diz a associação.

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