O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou neste
domingo (05/08), durante reunião com representantes diplomáticos que servem no
país, que houve uma “evidente conspiração” da Colômbia e de Miami no atentado
contra o presidente Nicolás Maduro, ocorrido no último sábado (04/07).
“Aqueles que tinham dúvidas, sobretudo as delegações de Estados
Unidos, Canadá e países da União Europeia, de que havia um plano de conspiração
para derrocar o governo constitucional da Venezuela pela via da força, aqui há
outra amostra mais que irrefutável”, disse Arreaza, no encontro transmitido
pela emissora estatal VTV.
“Oxalá se possam abrir canais de diálogo”, afirmou o
chanceler, com Bogotá e Washington para deter os responsáveis pelo atentado que
se encontram refugiados nestes países. Arreaza afastou a possibilidade de um
confronto civil na Venezuela. “Não descansaremos para evitar uma confrontação”,
disse.
Prisões
O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Néstor
Reverol, disse que seis pessoas foram presas por envolvimento no atentado. Além
disso, disse Reverol, vários veículos foram apreendidos e a polícia já tem em
mãos vídeos da hora do ataque.
Segundo Reverol, um dos detidos tinha ordem de captura ativa
por envolvimento no assalto ao Forte Paramacay, em Carabobo, em agosto de 2017,
que deixou dois mortos. Outro já havia sido preso em 2014 por participar de
protestos violentos, conhecidos como guarimbas. Os dois haviam sido libertados
por benefícios processuais. Eles responderão, de acordo com a lei venezuelana,
por “terrorismo e magnicídio em grau de frustração”.
O atentado deste sábado, afirmou o ministro, foi realizado
com dois drones DJI-M600, desenhados para suportar grandes cargas e peso. Os
aviões não tripulados continham carga explosiva, com aproximadamente 1kg de
explosivo C4 em cada um. “A carga é capaz de causar dano efetivo em um raio de
aproximadamente 50 metros”, disse Reverol.
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Jorge Arreaza afirmou ser "evidente" uma conspiração Colômbia-Miami no atentado a Maduro (AVN)
“Uma das aeronaves sobrevoou a tribuna presidencial com o objetivo de ativar à distância a substância explosiva. Mas, graças às técnicas especiais da guarda presidencial e à instalação de equipamentos inibidores de sinais, conseguiu-se desorientar o drone, que se ativou fora do perímetro planejado pelos sicários e terroristas”, disse o ministro.
Como foi o atentado
Maduro não se feriu no ataque. No momento do atentado, o presidente discursava em um palco na avenida Bolívar, centro de Caracas, durante as comemorações do 81º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana. No entanto, ao menos sete funcionários do governo ficaram feridos.
Em pronunciamento horas após o atentado, Maduro acusou a Colômbia de estar por trás do ataque e disse que o responsável é presidente do país, Juan Manuel Santos. “Não tenho dúvida que tudo aponta para a ultradireita venezuelana em aliança contra a ultradireita colombiana, e que o nome de Juan Manuel Santos está por trás deste atentado”, disse.
Segundo Maduro, os “responsáveis intelectuais financistas” do ataque residem na Flórida. O mandatário venezuelano e exortou o presidente norte-americano Donald Trump para que “combata os grupos terroristas que pretendem cometer magnicídio ou atentados contra países pacíficos, como a Venezuela”.
Em nota emitida no sábado, a Colômbia negou qualquer envolvimento com o ato. Em entrevista à emissora Fox News, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, disse que não há participação dos EUA no caso.