O papa Bento XVI poderá se encontrar com vítimas de pedofilia durante a visita que fará no próximo mês à Grã-Bretanha, informou hoje (19/8) imprensa britânica.
O site do jornal The Guardian diz que tal reunião é “provável”, citando uma fonte não identificada “da Igreja Católica” e que estaria envolvida na elaboração do programa da viagem, que acontecerá entre os dias 16 e 19.
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De acordo com essa fonte, será uma “surpresa se isso não acontecer”, tendo em vista alguns intervalos na agenda divulgada ontem pela Santa Sé.
Na programação prevista para o dia 18, há um intervalo considerável entre a missa que o Pontífice celebrará às 10h locais na catedral de Westminster e a visita que fará às 17h locais à casa de repouso St. Peter's Residence onde, ainda de acordo com a fonte, Bento XVI deverá discursar “sobre o fim da vida”, o que seria um novo alerta contra a eutanásia.
Durante esse intervalo de cinco horas, o líder da Igreja teria tempo de encontrar-se com vítimas de abusos.
Em viagem apostólica a Malta em abril passado, o Papa se encontrou com pessoas que sofreram abusos por parte de sacerdotes. A reunião não estava programada na agenda oficial e foi considerada pelos participantes como um momento bastante “emocionante”. Ele fez o mesmo na Austrália, nos Estados Unidos e também no Vaticano, quando recebeu uma delegação de canadenses.
Anteriormente, o arcebispo de Westminster, Vincent Nichols, chegou a declarar que “uma consideração cuidadosa” seria reservada à possibilidade de organizar encontros com vítimas de abusos durante a estadia no Reino Unido.
Nos últimos meses, a instituição católica tem sido duramente criticada, além de perder sua credibilidade perante os fieis, em decorrência da divulgação de uma série de denúncias de abusos sexuais contra menores, acobertados ou cometidos por membros do clero em diversos países — entre eles Grã-Bretanha, Estados Unidos, Itália, Alemanha e Brasil.
O Papa já expressou por diversas vezes seu repúdio e vergonha pelos crimes cometidos. Desde o início do ano, além de pedir desculpas ao abordar o tema, Bento XVI tem anunciado ações concretas para evitar casos semelhantes e recuperar a confiança dos católicos.
No último mês, por exemplo, foi anunciada a atualização da parte dedicada aos delicta graviora [crimes graves cometidos por religiosos] do Motu Proprio, documento emitido pelo então papa João Paulo II, em 2001. Nas novas orientações, as punições ao crime de pedofilia são ainda mais rígidas.
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