O governo do Peru anunciou nesta quarta-feira (02/10) que não considera válida a renúncia apresentada pela vice-presidente, Mercedes Aráoz, em meio à crise institucional desencadeada no país.
A declaração foi dada pelo primeiro-ministro peruano, Vicente Zeballos, à rádio RPP. Segundo o político, Aráoz “apresentou sua demissão diante de um Parlamento que não existia, porque já havia sido dissolvido pelo chefe de Estado”.
“De uma perspectiva política e constitucional, ela continua sendo vice-presidente do Peru”, ressaltou. Ontem à noite, Aráoz, que havia sido nomeada como chefe de Estado interina pelo Congresso Nacional, renunciou e engrossou o coro por eleições antecipadas no país.
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Mercedes Aráoz, vice-presidente do Peru, havia renunciado ao cargo por "rompimento da ordem constitucional’ no país
Em sua carta de demissão ao presidente do Parlamento, Pedro Olaechea, ela disse que sua decisão é motivada pelo “rompimento da ordem constitucional no Peru”.
A crise no país foi agravada depois que o presidente Martín Vizcarra anunciou a dissolução do Congresso Nacional, dominado pela oposição fujimorista, em meio a uma disputa sobre a nomeação de juízes do Tribunal Constitucional. Logo depois, o governo convocou novas eleições legislativas para o próximo dia 26 de janeiro.
“O que está em exercício é a Comissão Permanente, ela continua sendo primeira vice-presidente neste momento”, ratificou Zeballos.