Um tribunal da Arábia Saudita anulou nesta segunda-feira (07/09) as penas de morte de cinco dos oito réus condenados pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, morto no consulado saudita em Istambul, na Turquia.
Para cinco principais acusados foram sentenciados a 20 anos de detenção, e outros três receberam punições entre sete e 10 anos de cárcere.
A informação foi divulgada pela Procuradoria de Riad e repercutida pela mídia local. Segundo a corte, a decisão tomada pela Justiça em dezembro de 2019 de condenar os réus à morte foi anulada. Os filhos de Khashoggi “perdoaram” os assassinos e, segundo a lei saudita, o perdão da família pode significar redução de penas.
A decisão judicial recebeu críticas de organismos internacionais e de outras pessoas próximas de Khashoggi, principalmente por ter inocentado os principais assessores do príncipe saudita, Mohammed Bin Salman, que eram os principais suspeitos pelo assassinato. Colunista no jornal norte-americano Washington Post, Khashoggi escrevia textos críticos sobre Bin Salman.
Para a responsável da Organização das Nações Unidas (ONU) para casos de execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, Agnes Callamard, o veredito “não tem nenhuma legitimidade legal ou moral”.
Wikicommons
Khashoggi foi morto no consulado saudita em Istambul, na Turquia
A noiva de Khashoggi à época do homicídio, Hatice Cengiz, criticou a decisão e disse que “as autoridades sauditas fecharam o caso sem que o mundo conheça a verdade sobre quem é o responsável pelo homicídio de Jamal”.
Khashoggi foi morto no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro de 2018, e os restos mortais do jornalista nunca foram encontrados. Após inúmeras versões sobre o crime, a Arábia Saudita informou que o crime foi premeditado, mas que não teve envolvimento do príncipe Mohammed Bin Salman.
Além desse processo, a Turquia também está julgando o caso contra 20 pessoas que estariam envolvidas no crime. Em março, os procuradores pediram prisão perpétua para 18 dos 20 acusados.
*Com ANSA