Milhares de manifestantes foram às ruas de cidades russas neste sábado (23/01) para demonstrar apoio ao opositor Aleksei Navalny em protesto não autorizado devido à pandemia da covid-19, com as concentrações de pessoas podendo contribuir para a disseminação do novo coronavírus.
O Ministério do Interior da Rússia e a Procuradoria-Geral do país advertiram sobre a responsabilidade, tanto dos organizadores quanto dos participantes, dos protestos, considerados como provocações e ameaça à ordem pública.
Manifestantes se deslocaram pelas ruas no centro da capital da Rússia, Moscou, impedindo o movimento de transportes públicos. Pessoas ficaram feridas, incluindo policiais e uma correspondente da agência de notícias Sputnik. Manifestações também foram vistas em São Petersburgo, Novossibirsk, Khabarovsk, Vladivostok, Ekaterinburgo e outras cidades.
Segundo o Ministério do Interior, em Moscou, manifestação reuniu cerca de 4.000 pessoas. Alguns dos manifestantes carregavam cartazes e escondiam completamente seus rostos com capuzes, cachecóis e máscaras. No local também estava presente um grande número de jornalistas.
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Pessoas ficaram feridas, incluindo policiais e uma correspondente da agência de notícias Sputnik
A mulher de Navalny, Yulia Navalnaya, também participou do protesto e informou em uma rede social que foi temporariamente detida.
“Lavagem cerebral”
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira (25/01) que a acusação de Navalny em relação um suposto palácio luxuoso do mandatário, às margens do Mar Negro, é uma “montagem” para realizar uma “lavagem cerebral” na população.
“Não vi este vídeo simplesmente por falta de tempo livre para ver essas informações, mas dei uma olhada nas imagens que os assistentes me passaram. Este momento é uma boa oportunidade para fazer uma montagem e realizar uma lavagem cerebral nos cidadãos com todos esses materiais”, disse.
Em vídeo, Navalny alega, sem apresentar provas, que a propriedade custou US$ 1,37 bilhão (cerca de R$ 7,2 bilhões) e foi paga “com o maior suborno da história”.
“Nada que seja mencionado ali como propriedade minha pertence a mim ou a meus parentes próximos, nem nunca pertenceu”, frisou Putin.
(*) Com Sputnik.