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Política e Economia

Manifestantes são feridos a tiros em protestos por democracia em Mianmar

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Manifestantes exigem o retorno do governo civil, a libertação dos detidos e a abolição da Constituição, considerada favorável aos militares

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2021-02-20T13:30:00.000Z

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Pelo menos seis pessoas ficaram feridas em Mandalay, no centro de Mianmar, neste sábado (20/02), durante uma manifestação pró-democracia, cerca de três semanas depois do golpe de Estado que derrubou a líder Aung San Suu Kyi do poder. Os protestos ocorrem um dia depois da morte de uma jovem de 20 anos, atingida por um tiro na sexta-feira (19/02) em Rangoon, que se tornou a primeira vítima da repressão militar. 

Milhares de ativistas também voltaram às ruas de Rangoon, a capital econômica do país, desafiando a repressão militar que tenta abafar os protestos, apesar da repercussão internacional. A multidão prestou homenagens à jovem e uma coroa fúnebre foi depositada perto do famoso Pagode Shwedagon, no centro da cidade. Mya Thwate Thwate Khaing morreu após passar 10 dias na UTI. "A bala que a perfurou atingiu todas as nossas cabeças", disse um manifestante. "Você é nossa mártir", escreveu outro participante dos protestos, colocando uma rosa branca em frente a sua foto.

A jovem foi atingida na cabeça por uma bala de verdade, de acordo com os médicos que a atenderam. As autoridades, no entanto, afirmam que apenas projéteis de borracha foram usados pela polícia naquele dia. O enterro está programado para acontecer neste domingo (21/02).

Representantes de minorias étnicas, em trajes tradicionais, participaram do cortejo deste sábado. Os manifestantes exigem o retorno do governo civil, a libertação dos detidos e a abolição da Constituição, considerada muito favorável aos militares. Em resposta aos protestos, a internet foi cortada pela sexta noite consecutiva em Myanmar, enquanto o governo ignora a pressão internacional.

Quase três semanas depois do golpe que derrubou o governo de Aung San Suu Kyi e pôs fim a uma frágil transição democrática de 10 anos, os protestos e o anúncio de novas sanções não enfraqueceram os militares, que estão no comando do país. 

Mais de 500 presos

Em menos de três semanas, quase 550 pessoas foram presas. Entre elas, há líderes políticos, oficiais em greve, monges e ativistas, de acordo com uma ONG que presta assistência aos presos políticos.

AFP/Télam
Em menos de três semanas, quase 550 pessoas foram presas nas manifestações

A maior parte dos protestos ocorridos nas últimas semanas é pacífica, mas a polícia não hesitou em usar canhões de água, gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes. Em Myitkyina, no norte do país, pequenos grupos de manifestantes foram dispersos por policiais e soldados armados com cassetetes.

Em Monywa, no centro do país, um soldado fez uma saudação com três dedos, em um gesto de resistência, antes de se juntar a uma manifestação, de acordo com imagens postadas nas redes sociais.

A junta militar relatou a morte de um policial no início desta semana. O medo de represálias é grande em Mianmar, onde as duas últimas revoltas populares de 1988 e 2007 foram reprimidas pelo Exército. Apesar disso, os apelos à desobediência civil continuam no país, com médicos, professores, controladores de tráfego aéreo e ferroviários ainda em greve.

EU discute a crise

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reunirão na segunda-feira (22/02) para discutir possíveis medidas contra os militares de Mianmar. “Sancionar certos líderes militares é simbolicamente importante, mas não terá um impacto significativo”, advertiu a ONG Burma Campaign, do Reino Unido. “É improvável que eles tenham bens para congelar na União Europeia, e uma proibição de visto equivale a nada mais do que uma proibição de férias”, acrescentou, defendendo medidas coercitivas contra conglomerados poderosos controlados pelos militares.

Pequim e Moscou, aliados tradicionais do exército de Mianmar nas Nações Unidas, consideram a crise como "um assunto interno" do país.

Aung San Suu Kyi, de 75 anos, é mantida incomunicável desde a sua prisão. Ela foi indiciada por razões que não passam pela política. Suu Kyi é acusada de importação "ilegal" de walkie-talkies e de violação de uma lei sobre o gerenciamento de desastres naturais. Os militares justificaram seu golpe de Estado com alegações de fraude massiva nas eleições de novembro, vendidas pelo partido dela.

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Sociedade

Número de vítimas de pedofilia dentro da Igreja pode chegar a 10 mil na França

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Em parceria com o Ministério da Justiça, uma linha telefônica foi colocada à disposição em 2019 para receber testemunhos de vítimas de todo o país

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2021-03-02T22:41:00.000Z

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Desde 1950, 10.000 crianças e adolescentes podem ter sido vítimas de violências sexuais cometidas por membros da Igreja Católica na França. Essa é a estimativa do presidente da comissão independente que investiga a pedofilia dentro da maior instituição religiosa no país. 

A comissão foi criada em 2018 pelo episcopado francês e institutos religiosos após diversos escândalos no país. Em parceria com o Ministério da Justiça, uma linha telefônica foi colocada à disposição em 2019 para receber testemunhos de vítimas de todo o país. A estimativa foi feita a partir dos relatos recolhidos.

O número de crianças e adolescentes sexualmente abusados, no entanto, ainda pode mudar. “Nossa campanha está pedindo testemunhos, certamente não reuniu a totalidade [de vítimas]”, afirmou o presidente da comissão Jean-Marc Sauvé nesta terça-feira (02/03). “A grande pergunta neste momento é qual o percentual de vítimas que atingimos. 25%? 10%? 5%?”, completou.

O presidente da comissão não informou quantos são os possíveis agressores envolvidos. Segundo ele, no entanto, "em várias instituições católicas ou comunidades religiosas, tem havido um verdadeiro sistema de abuso, mas esta situação representa uma minoria muito pequena dos casos de que ouvimos falar".

Pxhere
Cerca de 10.000 possíveis vítimas de pedofilia cometida por membros da Igreja Católica na França foram identificadas desde 1950

O relatório final com recomendações de práticas de combate à pedofilia na Igreja deve ser divulgado em setembro. 

Responsabilidade pelo passado

Em fevereiro, a Conferência de Bispos da França reuniu 120 representantes ao longo de três dias para discutir a responsabilidade nos casos de pedofilia do passado. A discussão terminou sem nenhuma decisão prática.

"Nós concordamos todos que, no passado, houve falhas na gestão das coisas, sem falar dos crimes cometidos", afirmou o Monsenhor Luc Ravel. "Mas ainda estamos divididos sobre a noção de responsabilidade coletiva em relação ao passado. Alguns acreditam que é preciso solidariedade em relação às gerações precedentes", disse na ocasião da conferência.

Os 120 bispos devem se encontrar novamente no final deste mês para votar um dispositivo de reconhecimento do sofrimento vivido pelas vítimas que, se aprovado, pode prever medidas financeiras, criação de monumentos e políticas de prevenção à pedofilia.

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