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Política e Economia

ONGs internacionais condenam violência contra crianças em Mianmar

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Mais de 543 pessoas, incluindo 44 crianças, morreram em dois meses na repressão às mobilizações contra o golpe militar de 1º de fevereiro

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2021-04-02T22:45:00.000Z

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A junta militar birmanesa é alvo, nesta sexta-feira (02/04), da condenação internacional pela morte de mais de 40 crianças e pelos "desaparecimentos forçados" de centenas de pessoas na repressão às manifestações contra o golpe de Estado. 

Mais de 543 pessoas, incluindo 44 crianças, morreram em dois meses na repressão às mobilizações contra o golpe militar de 1º de fevereiro, segundo a Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP).

Cerca de 2.700 pessoas foram presas e centenas estão desaparecidas, de acordo com a ONG local. A organização Save the Children denunciou que o número de jovens mortos mais do que dobrou nos últimos 12 dias. "É chocante que crianças estejam entre as vítimas desses ataques, apesar dos apelos para protegê-las", diz um comunicado da organização. "É particularmente assustador que várias delas tenham sido mortas em suas casas, onde, em princípio, deveriam estar protegidas", acrescenta.

As autoridades realizaram inúmeras detenções durante buscas noturnas nas casas de pessoas suspeitas de apoiar as manifestações ou o movimento de desobediência civil contra o golpe.

De acordo com a ONG Human Rights Watch (HRW), a Junta causou o "desaparecimento forçado" de centenas de pessoas ao se recusar a confirmar sua localização ou permitir que os detidos tivessem acesso a seus advogados. "A Junta militar generaliza as detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados, para impor medo entre os manifestantes", declarou o diretor da HRW para a Ásia, Brad Adams.

AFP/Télam
Segundo ONG local, cerca de 2.700 pessoas foram presas e centenas estão desaparecidas

Condenações e sanções

Diante da violência crescente, aumentam as condenações de países e organismos internacionais. O Conselho de Segurança da ONU manifestou na quinta-feira (01/04) em uma declaração unânime que "condena veementemente" a morte de centenas de civis em Mianmar. O Reino Unido, ex-potência colonial, impôs novas sanções contra os interesses financeiros da Junta, especificamente contra o conglomerado Myanmar Economic Corporation (MEC).

Mas, até o momento, nem as sanções nem as condenações afetaram a determinação da Junta militar, que continua sua repressão brutal contra os manifestantes. Nesta sexta-feira, novos protestos foram organizados em todo o país. E em Yangon, a capital econômica, as pessoas deixaram flores em pontos de ônibus e outros locais públicos em memória dos mortos.

A violência também inflamou grupos étnicos armados em Mianmar. Alguns deles lançaram ataques contra a Polícia e o Exército respondeu com bombardeios. Desde a independência de Mianmar em 1948, vários grupos étnicos travam conflitos com o poder central e o Exército chegou a um cessar-fogo com vários deles nos últimos anos. Mas, desde o golpe, alguns expressaram seu apoio ao levante popular, pegaram em armas ou ameaçaram fazê-lo.

Mais acusações contra Suu Kyi

A líder birmanesa Aung San Suu Kyi, deposta pelos militares, foi acusada de ter violado uma lei sobre segredos de Estado que data da época colonial, em uma aparição por videoconferência na quinta-feira em um tribunal da capital Naipyidaw.

 A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, de 75 anos, já havia sido indiciada por outras acusações, incluindo "incitação à desordem pública". Ela também é acusada de receber propina, mas ainda não foi acusada de corrupção.

A líder birmanesa pode ser condenada a vários anos de prisão e banida da vida política para sempre. A Junta militar justificou seu golpe de Estado alegando suposta fraude nas eleições de novembro passado, nas quais o partido de Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (NLD), obteve uma vitória esmagadora.

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Política e Economia

Guaidó é acusado de pedir desbloqueio de US$ 53 milhões aos EUA para governo paralelo

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Valor seria 'orçamento anual' do gabinete do líder opositor, denuncia Jorge Rodríguez, presidente do Poder Legislativo

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

Caracas (Venezuela)
2021-04-13T22:50:00.000Z

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O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (13/04) que o ex-deputado Juan Guaidó pode desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$265 milhões) nos Estados Unidos para manter a estrutura do governo paralelo. 

Segundo Rodríguez, Guaidó e seus aliados enviaram um orçamento anual ao Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC - sigla em inglês), unidade do Departamento do Tesouro, que libera os dólares diretamente das contas venezuelanas em bancos nos EUA.

O montante seria dividido entre o gabinete da presidência de Guaidó, os seus escritórios de Assuntos Exteriores, deputados da antiga Assembleia Nacional, que seriam parte do seu “Conselho Administrativo”, e o canal TV Capitólio, responsável por cobrir atividades da oposição.

Somente para gastos pessoais do ex-deputado Juan Guaidó teriam sido indicados US$ 2 milhões. Os repasses atingem membros dos quatro maiores partidos da oposição, chamado G4: Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Um Novo Tempo.

Com base em gravações telefônicas do ex-deputado Sergio Vergara, assessor de Guaidó, a AN pode ter acesso aos detalhes do esquema de desvio de dinheiro público venezuelano.

Vergara foi um dos assessores de Guaidó que assinou o contrato com a empresa militar Silverscorp para colocar em prática a Operação Gedeón – tentativa de invasão paramilitar de maio de 2020.

Desde 2019, a Casa Branca reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, deixando sob sua responsabilidade o gerenciamento dos ativos públicos venezuelanos nos Estados Unidos, incluindo a maior empresa pública da Venezuela no exterior: Citgo Petroleum, filial da Pdvsa. 

A Citgo é avaliada em US$ 7 bilhões e tem uma capacidade de refino de 759 mil barris de petróleo anualmente.  Entre 2015 e 2017, teve um lucro de cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões). No esquema revelado por Jorge Rodríguez, a diretoria da Citgo teria acesso a US$ 1,15 milhão do orçamento.

Presidente da AN apresentou detalhes do esquema de desvio do dinheiro público venezuelano por parte da oposição aliada a Guaidó

O valor depositado nas contas dos opositores deveria servir para pagar gastos com transporte, alimentação, segurança e seus salários, como assessores políticos nomeados pelo autoproclamado Guaidó. 

"Esse dinheiro tem servido para comprar suas mansões em Miami. Roubar é a única atividade na qual Guaidó teve êxito", declarou o presidente do Legislativo.  

Neste ano, a OFAC solicitou ao setor guaidosista recortar o "orçamento" e este seria o motivo da reunião liderada por Vergara, que detalhou o passo a passo do repasse do dinheiro no exterior à oposição.   

Em resposta ao pedido do Departamento do Tesouro, Guaidó teria encerrado o programa "Heróis da Saúde", criado em 2020, para oferecer um bônus de US$ 100 como recompensa aos profissionais que trabalham no combate à pandemia na Venezuela. 

"Eles se roubam entre eles mesmos", acusa Rodríguez e aponta que, neste momento, há uma disputa dentro da oposição venezuelana entre Juan Guaidó e Leopoldo López, do partido Vontade Popular, contra Júlio Borges (Primeiro Justiça) e Henry Ramos Allup (Ação Democrática), para liderar o bloco opositor de extrema-direita e ter prioridade no acesso aos recursos financeiros. 

A Venezuela denuncia que possui US$ 7 bilhões bloqueados em entidades bancárias nos Estados Unidos e na União Europeia.

O governo venezuelano denuncia que Guaidó não cumpre com acordos assinados no ano passado para o desbloqueio de parte do dinheiro público que seria destinado para um fundo de combate à pandemia, gerenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Na última semana, Guaidó conseguiu sacar cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões) dos fundos depositados em Londres para cobrir gastos pessoais, mas se negou a liberar as reservas de ouro venezuelano retidas no Banco da Inglaterra.

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