Os governos da China e da Rússia manifestaram nesta quarta-feira (12/05) preocupação e pediram posições das Nações Unidas sobre os ataques realizados por Israel contra a Faixa de Gaza, que causaram uma escalada de tensão na região e provocaram respostas armadas da ala militar do Hamas nos últimos três dias.
Em pronunciamento repercutido pela agência Xinhua, a porta-voz do Ministério de Relação Exteriores chinês, Hua Chunying, disse que o país condena a “violência contra civis e convoca ambas as partes a tomarem atitudes que conduzam ao alívio das tensões, promovam a restauração da paz e estabilidade na região”.
Ainda segundo a porta-voz, a China, país que hoje ocupada a presidência do Conselho de Segurança da ONU, “está trabalhando com os países relevantes para publicar um comunicado que conte com o apoio da maioria dos países”.
“É uma pena que o Conselho de Segurança ainda não tenha chegado a um acordo”, disse Chunying.
A Rússia, por sua vez, publicou um comunicado sobre o conteúdo de uma conversa telefônica entre o presidente Vladimir Putin e o mandatário turco Recep Tayip Erdogan na tarde desta quarta-feira.
Segundo o Kremlin, “os presidentes trocaram pontos de vista sobre o agravamento recente em Jerusalém Oriental e manifestaram grave preocupação com os ataques contínuos e o crescente número de vítimas”.
Putin e Erdogan, prossegue a nota, “destacaram o papel especial do quarteto internacional de mediadores – formado por Rússia, União Europeia, ONU e os Estados Unidos – no processo de paz na região”.
O vice-chanceler russo, Sergei Vershinin, também fez declarações em nome de Moscou e disse, em entrevista à agência Sputnik, que o país condena duramente os episódios de violência que tomaram conta da Palestina e de Israel.
“Condenamos veementemente todas as manifestações de violência contra civis em Israel e na Palestina, bem como quaisquer ações que dificultem a possibilidade de reiniciar o processo de negociação em uma base jurídica internacional geralmente reconhecida”, disse.
'É vital desescalar', diz EUA sobre Israel
Os Estados Unidos também se manifestaram sobre os recentes ataques de Israel contra palestinos na Faixa de Gaza.
Pelo Twitter, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que conversou com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, nesta quarta e que “é vital desescalar” as tensões.
“Eu conversei com o premiê Netanyahu hoje sobre a atual situação em Israel, incluindo os foguetes vindos da Faixa de Gaza que atingiram civis israelenses”, disse Blinken.
O secretário de Estado ainda firmou que “Israel tem o direito de se defender” e os “palestinos precisam da possibilidade de viver em segurança”.
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Porta voz de Pequim disse que país vai trabalhar na ONU por uma resolução sobre a escalada de tensão; EUA também se manifestaram
Ataques de Israel contra Gaza
A região de Jerusalém Oriental foi palco de uma repressão de forças israelenses contra palestinos durante toda semana passada, que se intensificou nos últimos três dias, depois que a polícia lançou balas de borracha e granadas de choque contra a mesquita de Al-Aqsa. Os atos de repressão já deixaram mais de 300 palestinos feridos.
Na noite de ontem, o Hamas disparou foguetes contra Tel Aviv, maior cidade israelense. Sirenes e sistemas de escudo antimísseis de Israel foram acionados. Segundo as autoridades locais, alguns dos foguetes que foram lançados chegaram a cair nos arredores do município. Em Holon, uma área urbana ao sul de Tel Aviv, algumas pessoas ficaram feridas e um ônibus vazio também foi atingido nas imediações.
Israel revidou intensificando os ataques contra a Faixa de Gaza, chegando a derrubar um prédio residencial de 13 andares. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 53 palestinos morreram até agora nos ataques, incluindo 14 crianças e três mulheres. Por sua vez, três israelenses morreram, de acordo com fontes do governo em Tel Aviv.
Netanyahu foi à TV e afirmou que os grupos palestinos pagariam um alto preço. “Continuamos a atacar com força total”, afirmou. Segundo o premiê, a campanha militar vai demorar. “Vamos continuar”.
As Forças Armadas de Israel anunciaram, já nesta quarta (12/05), que haviam conduzido ataques a Gaza que mataram membros sênior do Hamas e das Brigadas al-Qassam. Os grupos não confirmaram a informação, e o governo israelense não deixou claro se as mortes teriam ocorrido no bombardeio de terça a um prédio de 13 andares na Faixa.
*Com Sputnik