Os líderes dos 27 países da União Europeia decidiram nesta quinta-feira (23/06), em Bruxelas, dar o status de candidata à Moldávia e à Ucrânia, que pediu sua entrada ao bloco após a invasão russa em 24 de fevereiro.
A concessão do status de candidato, que é uma etapa mais simbólica do que prática, foi aprovada por unanimidade com base nas recomendações da Comissão. A medida é apoiada pelas principais economias do bloco.
“A União Europeia acaba de decidir conferir o status de candidata à Ucrânia e Moldávia. Um momento histórico. O dia de hoje marca um passo fundamental em seu caminho rumo à UE”, afirmou, por meio das redes sociais, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, parabenizando os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da Moldávia, Maia Sandu.
Em coletiva, Michel explicou ainda que esta “é uma mensagem forte de determinação política” e que os líderes também chegaram “a um acordo sobre como levar apoio à Ucrânia, a nível financeiro e militar”.
“Confirmamos a nossa determinação em contrariar as consequências da invasão russa em termos alimentares e energéticos”, acrescentou Michel.
Além disso, a União Europeia também decidiu “reconhecer a perspectiva europeia da Geórgia” e disse estar “pronta para conceder o status de candidato assim que as prioridades pendentes forem abordadas”.
Segundo Michel, o Conselho Europeu também “está pronto para considerar o status de país candidato da Bósnia depois que a Comissão apresentar seu relatório”.
Twiiter/Ursula von der Leyen
Concessão do status de candidato foi aprovada por unanimidade com base nas recomendações da Comissão
A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, por sua vez, ressaltou que os países “fazem parte da família europeia”, tendo em vista a decisão histórica.
Já Zelensky afirmou que este “é um momento único e histórico”, agradecendo “Charles Michel, Ursula von der Leyen e os líderes da UE por seu apoio”. “O futuro da Ucrânia está dentro da União Europeia”, completou.
Apesar da aprovação, o processo de adesão é longo e complexo e exige do candidato a implantação de uma série de reformas políticas e econômicas e a adequação às legislações europeias em todos os âmbitos, incluindo regras sanitárias, regime fiscal, licitações públicas, liberdade de imprensa e independência do poder Judiciário.
Prova disso são os outros cinco países que já têm o status de candidato, mas ainda não estão perto de ingressar ao bloco europeu: Albânia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia e Turquia.
Áustria, Finlândia e Suécia detêm hoje o recorde de velocidade no processo de adesão à UE: 1.431 dias, ou seja, quase quatro anos. Já o membro mais recente da União Europeia, a Croácia, apresentou sua candidatura em 2003 e só entrou no bloco em 2013.
Representantes do bloco europeu já deixaram claro que a Ucrânia “não terá atalhos” para entrar no bloco. Decisão que gerou descontentamento nos líderes da região dos Bálcãs Ocidentais, um grupo de países que negocia há vários anos sua adesão.