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Política e Economia

Otan anuncia maior reforço militar desde a Guerra Fria

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Segundo secretário-geral, número de militares em alta prontidão da aliança passará de cerca de 40 mil para 300 mil

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

2022-06-27T19:09:14.000Z

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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deverá aumentar de 40 mil para mais de 300 mil o número de soldados em nível de alta prontidão, afirmou nesta segunda-feira (27/06) o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg. O anúncio foi feito um dia antes do início da cúpula da aliança, marcada para ocorrer entre terça e quinta-feira desta semana, em Madri, Espanha.

A cúpula é classificada por Stoltenberg como "transformadora" e "um ponto de virada", com várias decisões importantes a serem tomadas, uma vez que, além do provável anúncio do aumento de tropas em prontidão, os países-membros discutirão questões estratégicas de segurança em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Atualmente, a aliança tem em torno de 40 mil militares de prontidão. Os 260 mil soldados extras formariam uma reserva que a Otan poderia utilizar em caso de emergência. Além disso, mais armamentos pesados, incluindo sistemas de defesa aérea, seriam deslocados como instrumentos de defesa na extremidade oriental da aliança.

"Vamos melhorar nossos grupos de batalha na parte oriental da aliança para níveis de brigada. Transformaremos a força de resposta da Otan e aumentaremos o número de nossas forças de alta prontidão para mais de 300 mil [militares]", disse Stoltenberg, sem dar detalhes sobre as tropas e de que forma elas poderiam ser deslocadas e atuar pela aliança.

O secretário-geral também afirmou que o destacamento de novas tropas de prontidão constitui a maior revisão de defesa coletiva da entidade desde a Guerra Fria (1949-1991).

"Acredito que os aliados deixarão claro em Madri que a Rússia é a maior e mais direta ameaça à nossa segurança", reforçou Stoltenberg.

No Leste Europeu, a Otan já criou oito grupamentos táticos desde a invasão da Crimeia pela Rússia, em 2014, nos seguintes países: Eslováquia, Bulgária, Hungria, Romênia, Lituânia, Estônia, Letônia e Polônia. Unidades "pré-designadas" devem reforçar esses grupos principalmente em países que já contam com armamentos pesados.

As novas tropas, segundo indicou Stoltenberg, poderão treinar ao lado das forças de defesa dos países que têm presença da Otan e, assim, irão se familiarizar com o terreno local, a fim de que "possam responder sem problemas e com rapidez a qualquer emergência".

Olivier Matthys/AP Photo/picture alliance
Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, classifica cúpula desta semana em Madri como "transformadora" e "um ponto de virada"

O secretário-geral também afirmou que os líderes dos países-membros devem concordar em dar mais suporte à Ucrânia – o presidente Volodimir Zelenski deve participar do encontro por meio de uma chamada de vídeo.

O pacote de ajuda à Ucrânia incluiria "entregas substanciais", a exemplo de equipamentos de comunicação, sistemas antidrone e combustível, além de, a longo prazo, fazer com que o país possa utilizar armas mais avançadas, a exemplo das que são usadas por países da Otan.

Mudanças no planejamento estratégico

Os 30 países-membros da Otan já se comprometeram a dedicar pelo menos 2% do PIB com defesa até 2024. Até o momento, porém, apenas nove alcançaram a meta: Grécia, Estados Unidos, Polônia, Lituânia, Estônia, Reino Unido, Letônia, Croácia e Eslováquia.

A França tem gastado, em média, 1,90%, a Itália, 1,54%, e a Alemanha, 1,44%. A Espanha, país que vai sediar a cúpula nesta semana, gasta uma média de 1,01%, de acordo com dados divulgados pela própria Otan nesta segunda-feira.

O conceito estratégico da Otan, adotado na cúpula de Lisboa, em 2010, segue em vigor e descreve a Rússia como um "parceiro estratégico". Nesse sentido, no entanto, são esperadas alterações.

Stoltenberg adiantou que a Rússia "se afastou do diálogo que tentamos ter durante muitos anos" e que os acordos assinados com Moscou não estão mais funcionando "simplesmente porque [a Rússia] escolheu o confronto em vez do diálogo".

"Temos que responder a essa realidade. Por isso a mudança fundamental em nossa defesa", disse Stoltenberg, que reconheceu que deve continuar a ser necessário manter "linhas de comunicação" com a Rússia, a fim de evitar incidentes.

Por outro lado, ele assegurou que o conceito estratégico a ser debatido em Madri "abordará pela primeira vez" a China e "os desafios que ela representa para nossa segurança, interesses e valores", bem como a evolução de outras ameaças e problemas, incluindo terrorismo, ciberespaço e guerra híbrida.

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20 Minutos

Felipe Nunes: 'voto envergonhado' favorece Lula em 2022

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Bolsonaro cresceu entre evangélicos tirando votos da 'terceira via', e não de Lula, explica diretor do instituto de pesquisas Quaest; veja vídeo na íntegra

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-08-18T20:30:00.000Z

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O cientista político Felipe Nunes afirma que o fenômeno do “voto envergonhado” favorece Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. “Os eleitores indecisos na pesquisa espontânea estão indo muito mais para Lula que para Bolsonaro”, avaliou o diretor da Quaest Consultoria e Pesquisa no programa 20 MINUTOS desta quinta-feira (18/08) com o jornalista Breno Altman. 

Essas pessoas “só não declararam voto na pesquisa espontânea porque estão escondendo a vergonha de ter que defender um candidato que até pouco tempo atrás estava preso e passou por vários escândalos midiáticos", segundo Nunes.

Ele afirma que tal afirmação na diferenças apontadas pela pesquisa Genial/Quaest de 17 de agosto entre a intenção espontânea de voto (na qual Lula tem 33% das preferências contra 27% de Bolsonaro) e o resultado da pergunta estimulada (em que o ex-presidente aparece com 45% e o candidato à reeleição, com 33%). Ou seja, Lula tem 12 pontos a mais na pesquisa estimulada, contra 6 de Bolsonaro. 


Esse e outros dados mostram solidez na posição eleitoral de Lula, mesmo com a recuperação recente de Bolsonaro - o eleitorado evangélico, por exemplo, prefere o candidato à reeleição por 52% contra 28% do ex-presidente, segundo a Quaest. 

Nunes, que também é professor da UFMG, adverte que o crescimento de Bolsonaro entre evangélicos não se deu sobre Lula, mas sobre os candidatos da chamada terceira via, cuja somatória caiu após a desistência de Sérgio Moro, João Doria Jr. e outros. O mesmo ocorre na evolução geral, em que Lula permanece estável e Bolsonaro cresce com o esvaziamento da terceira via. 

A tendência de alta do atual presidente entre o público evangélico (entre os católicos, ele perde de 27% a 52%) se explica, segundo Nunes, pela prioridade dada a esse segmento pela campanha bolsonarista, tal como aconteceu em 2018 em relação aos policiais militares. “Neste ano, ele escolheu os evangélicos, que como os policiais também são hierarquizados, disciplinados e coesos. Participou de 25 marchas para Jesus nos últimos 30 dias, em diferentes cidades do país. É uma ação política muito coordenada”, diz. 

O cientista político aposta num combate indireto a essa desvantagem pela candidatura Lula: “O público evangélico e principalmente as mulheres evangélicas têm uma repulsa muito grande ao armamento, pelo medo de que as armas sejam um sinônimo de violência nas famílias. É o tema que empata o jogo para o público evangélico”. 

Nunes afirma que a capacidade de crescimento de Bolsonaro esbarra em sua rejeição junto a dois segmentos em particular: “Ele tem que virar o jogo entre as mulheres e no Nordeste, o que não parece ser tarefa fácil neste momento”. 

Pelos dados de 17 de agosto, a vantagem de Lula é de 16 pontos percentuais entre o eleitorado feminino (contra 6 entre o masculino) e de 40 pontos no Nordeste. A rejeição pessoal de Bolsonaro é de 55% (chegava a 66% no início do ano). 

Para o diretor da Quaest, a radicalização política não será um fator decisivo para o eleitorado neste ano como foi em 2018. “Quem descobre a correnteza da eleição ganha a eleição. A de 2018 foi a primeira em que não havia um incumbente disputando a eleição. Todo mundo era de oposição ao que o governo Temer representava. Ser antissistema radical significava ser a oposição real”, analisa. "Em 2022, as pessoas não estão querendo radicalizar o sistema, porque perceberam que a radicalização foi ruim.”

Facebook/felipe Nunes
Cientista político Felipe Nunes é o convidado de Breno Altman no 20 MINUTOS desta quinta-feira (18/08)

O voto que está em disputa em 2022, afirma, é de quem já votou tanto em Lula quanto em Bolsonaro. Para o pesquisador, esta será “a eleição da segunda chance”: “Os dois já foram presidentes, já ganharam, já apresentaram bons e maus resultados. Agora vai ganhar aquele que conseguir receber a segunda chance do eleitor”. 

Se para o atual presidente se reeleger seria suficiente manter os votos que teve em 2018, a tarefa para Lula é mais complexa, mas vem sendo bem-sucedida: “Neste momento, Lula consegue ter os votos que Fernando Haddad teve e crescer em cima do eleitor que votou em Bolsonaro em 2018, o eleitor pobre das grandes cidades do Sudeste”. 

Quanto ao impacto do aumento de R$ 200 no Auxílio Brasil sobre a disputa eleitoral, Nunes não vê dados conclusivos na mais nova pesquisa. “Havia uma ideia de que as coisas iam melhorar muito em pouco tempo, mas neste momento essa expectativa não virou nem euforia nem frustração. Virou a realização de que tudo isso não passa de jogada eleitoral”, interpreta, citando que 62% afirmam que as medidas adotadas pelo governo objetivam ajudar a reeleição, e não as pessoas. 

“O eleitor está mais crítico e complexo e já entendeu, pelos resultados desta pesquisa, que muito do que está sendo feito não é boa intenção, mas interesse próprio. Isso gera um limite para o crescimento eleitoral de Bolsonaro.”

A valorização da autenticidade do político pelo eleitorado é um fator incômodo para o atual presidente a esse respeito: “Bolsonaro fez a aposta que podia fazer, que era se vestir de Lula, não ligar para teto de gastos, abrir o cofre público e cuidar das pessoas. O problema é que isso está parecendo que é falso, porque veio próximo à eleição. Bolsonaro está deixando de ter o que é seu grande atributo, está abrindo flancos de credibilidade”. 

Felipe Nunes considera que a história eleitoral brasileira não sugere grandes chances de que Lula vença no primeiro turno, mas diz que os números projetam vitória para o candidato do PT: “Olhando só para os dados da pesquisa, Lula é favorito para ganhar, com uma margem de votos maior do que Bolsonaro teve em 2018 sobre Haddad. Nada é impossível, mas é improvável uma não-vitória de Lula”. 

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