A Agência de Notícias dos Estudantes Iranianos (ISNA) informou na última segunda-feira (27/06) que a próxima rodada de negociações sobre o acordo nuclear entre o Irã e os Estados Unidos ocorrerá em Doha, capital do Catar, em vez de Viena, na Áustria, onde as conversas são habitualmente feitas.
“Espera-se que as negociações sobre o reavivamento do Plano de Ação Conjunto Global sejam realizadas nos próximos dias em Doha pelas delegações do Irã, Estados Unidos e da União Europeia”, indicou a agência.
Mohammad Marandi, assessor de imprensa do negociador nuclear iraniano Ali Bagheri Kani, confirmou à ISNA que as conversações, facilitadas pela União Europeia, ocorrerão na capital do Catar devido aos “laços amistosos de Doha com Teerã [capital do Irã]”.
Segundo a agência iraniana PressTV, Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, também afirmou no início da segunda-feira que as negociações serão feitas durante esta semana.
Por sua vez, a agência britânica Reuters adiantou que as conversações podem ocorrer entre esta terça-feira (28/06) e quarta-feira (29/06).
As negociações do acordo nuclear estão suspensa desde março, principalmente pelo pedido da parte do Irã em que o governo norte-americano remova a Corporação da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), que faz parte das forças armadas iranianas, da lista de organizações consideradas como “terroristas” pelos Estados Unidos.
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Agência Reuters adiantou que conversações podem ocorrer entre esta terça-feira (28/06) e quarta-feira (29/06)
Em 2015, sob a administração de Barack Obama (2009-2017), os Estados Unidos se juntaram a outros países, entre eles, China, Rússia e Irã, para assinar o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que limitou o enriquecimento de urânio de Teerã para evitar que o país criasse armas nucleares.
Na época, Mohammad Javad Zarif, então ministro de Relações Exteriores do Irã, aceitou o acordo em troca da suspensão de diversas sanções que o país era imposto, entre elas, a exportação de petróleo.
No entanto, o ex-presidente norte-americano Donald Trump (2017-2021) retirou Washington do acordo em 2018, alegando, sem provas, violações por parte de Teerã. Assim, reimpôs sanções ao Irã, levando a nação persa a se retirar gradualmente dos termos do acordo a partir de 2019.
O atual chefe de Estado dos EUA, Joe Biden, retomou em 2021 as negociações do JCPOA, mas também impôs ao Irã mais sanções. No entanto, Biden também tem negociado a exportação de petróleo venezuelano e iraniano em meio à subida dos preços petrolíferos desencadeada pelos crescentes embargos ocidentais ao petróleo da Rússia.
(*) Com Sputniknews